É tão certo como o Vitória não ser grande, mas sim enorme. Basta ser feriado ou dia de fim de semana e estar bom tempo para o meu WhatsApp entupir-se de mensagens de amigos a pedirem sugestões para virem almoçar a Setúbal.
Uns não prescindem do choco frito ou das sardinhas no pão; outros querem sentar-se com vista para o Sado e com uma caldeirada à setubalense à frente. Vêm maioritariamente de Lisboa, de onde se recusam a deixar de viver, mas não encontram a tranquilidade que há deste lado.
É nestas alturas que percebo o quão sortuda sou por viver nesta região à beira-mar plantada. Contam-se pelos dedos das mãos os minutos de que precisamos para ver o mar ou ir fazer uma caminhada na serra.
Há gentes humildes e simpáticas em cada esquina, que nunca deixam de ter histórias para contar — se o fizerem com o sotaque inconfundível, ai que delícia de conversa.
Para não falar da união de cada vez que joga o Vitória. Antes da partida, as rodadas de imperial são pagas até a quem não se conhece e os amendoins ou pevides dividem-se por todos os que estão presentes.
Setúbal está cada vez mais uma cidade apetecível, que tem tudo o que se precisa para uma boa qualidade de vida. São sortudos aqueles que vêm para cá morar; mas muito mais são aqueles que a sempre tiveram nas suas raízes.
Não é por acaso que quase nenhum deles daqui quer sair.