“Património Mundial” é a designação pela qual se apresenta a brecha da Arrábida, a rocha ornamental da Serra da Arrábida, onde se formou há cerca de 150 milhões de anos. Esta conquista vai ser mote para a celebração do 47.º aniversário do Parque Natural da Arrábida, dia 28 de julho, nos Claustros do Convento de Jesus.
O seminário “A Brecha da Arrábida como Pedra Património Mundial” começa por volta das 16h15 com a sessão de abertura a contar com os discursos do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, e do diretor regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Rui Pombo. A organização da iniciativa é da responsabilidade de duas entidades, em conjunto com a NOVA School of Science and Technology.
“A Preservação do Património Natural do Parque Natural da Arrábida” é o tema da apresentação do ICNF, que decorre às 16h30, e o presidente da Sociedade Geológica de Portugal e investigador da GeoBioTec da Nova School of Science and Technology, José Carlos Kullberg, apresenta “A Brecha da Arrábida – Pedra Património Mundial”.
O culminar do evento, a partir das 17h15, conta com a entrega de certificação da União Internacional de Ciências Geológicas de classificação da Brecha da Arrábida a “Pedra Património Mundial”, pelo diretor da FCT NOVA, José Júlio Alferes, a André Martins, presidente do município. A participação no encontro é gratuita, mas é necessário inscrever-se até dia 27 de julho pelo email setubal.convida@nullmun-setubal.pt.
Brecha da Arrábida é exclusiva da região de Setúbal
Quando falamos na Brecha da Arrábida, estamos a mencionar uma rocha ornamental que tem classificação de “Património Mundial” — há apenas 32 pedras com o mesmo estatuto a nível internacional e três em Portugal. A distinção foi atribuída pela Subcomissão do Património Geológico da IUGS — International Union of Geological Sciences, entidade parceira da UNESCO na área da geociência.
Para a IUGS, informa a autarquia sadina, esta é “uma rocha que tem sido utilizada em arquitetura e monumentos significativos, reconhecida como parte integrante da cultura humana”. A sua exploração começou na época dos Romanos e estendeu-se até ao século XV, altura em que passou a ser utilizada como rocha ornamental associada ao estilo Manuelino no exterior de monumentos e, a partir do século XVII, no Barroco, sobretudo em aplicações interiores.
O município informa ainda que este é considerado atualmente um georrecurso extinto, dado que as últimas pedreiras encerraram na década de 70 do século XX, impossibilitadas de funcionar devido à classificação de zonas protegidas decorrentes da criação do Parque Natural da Arrábida. Em Setúbal, a aplicação desta rocha ornamental está presente em vários edifícios de elevado valor patrimonial, com destaque para o Convento de Jesus, mas também a Fortaleza de São Filipe, ambos classificados como Monumento Nacional, e a Casa do Corpo Santo.