É um edifício amarelo e, só por isso, salta à vista de todos os que passam pela Rua Antão Girão na Baixa de Setúbal. Susete Brito e o marido, Óscar Brito, 47 anos, a morarem em Setúbal há 23, compraram um edifício em ruínas há cerca de oito anos, mas que tinha sido, ainda assim, amor à primeira vista. Agora é seguro afirmar que a recentemente inaugurada Baía do Mundo ganhou vida.
Susete e Óscar são do litoral alentejano, eram de aldeias vizinhas e conheceram-se na escola. Casaram-se há 30 anos e vieram depois morar para Setúbal devido à profissão de Óscar, que é agente da PSP, além de ter tido uma empresa de construção civil — a remodelação do alojamento local foi a última obra que realizou.
“Adotámos Setúbal como nossa cidade”, confessa Susete à New in Setúbal. Quanto ao edifício, o investimento não foi imediato. Começaram por ter a parte de baixo alugada como loja, mas depois decidiram avançar para a empreitada que resultou no alojamento local, ainda que, inicialmente, o plano era conciliar essas duas valências.
Uns amigos do casal que também tiveram um estabelecimento deste género, foram os grandes impulsionadores para o desenvolvimento do projeto: “Começaram a dizer para eu avançar porque gosto muito de comunicar, apesar de ter trabalhado 20 anos num gabinete de contabilidade. Já estava farta de papéis e deixei para trás essa área para criar o meu próprio negócio”. O processo demorou dois anos até estar concluído e a Baía do Mundo foi inaugurada a 1 de abril, com os primeiros hóspedes a entrarem dia 5 do mesmo mês.
A New in Setúbal visitou o espaço e há uma tentativa de junção entre a história desta parte icónica da cidade — e que deve ser preservada — com a inovação e evolução da decoração vanguardista. À entrada, está a receção e a zona de refeição, onde Susete recebe sempre os seus clientes. É aqui que os hóspedes podem conviver e tomar um chá ou café a qualquer altura do dia (ou noite). É também esta a passadeira de entrada para as escadas que vão dar aos quartos, que têm, adiantamos desde já, uma forte alusão aos locais icónicos de Setúbal: “mar”, “rio”, “cidade” e “serra”.

No primeiro andar, está o quarto “o mar” e todas as cores nos transportam diretamente para o oceano, com a prevalência do azul-escuro e cinzento. O papel de parede tem barcos ilustrados e sente-se uma vibração ligada à temática naval.
Subindo até ao segundo andar e, um ao lado do outro, estão o quarto “rio” e “cidade”. No rio, há tons verdes e azuis mais claros em homenagem ao rio Sado. Há também, em todos os quartos, um charriot para colocar a roupa, pequenas mesas de cabeceira ou cómodas e também sofás ou puffs que acrescentam sempre um pormenor que conta na apresentação. A cabeceira é iluminada com leds e o efeito é de sonho.
Seguimos para o quarto “cidade” e, ainda que o roxo fosse uma hipótese, por ser essa a cor do edifício da Câmara Municipal de Setúbal e também a cor da cidade, a verdade é que o rosa está presente na bandeira e é essa a aposta feita para este quarto. Muito rosa, uma cor pacífica e descontraída, perfeita para descansar e sentir-se dentro da essência de Setúbal.
No último piso, depois de subir as escadas, vai encontrar um pequeno terraço. É um espaço pensado para passar um bom serão e com decoração alusiva aos pormenores que encontramos nos jardins. Ao lado, está o quarto “serra” e faz jus à beleza da Arrábida. A cor escolhida para este quarto é o amarelo torrado e há apontamentos em verde, que nos transportam diretamente para a natureza. Uma das janelas permite olhar para as estrelas durante a noite. Neste piso, é o único quarto, o que significa que é também uma boa opção para quem tira, além de vir de férias, um tempo para namorar.
A escolha do nome — Baía do Mundo — surgiu e ficou, não existindo sequer opção de mudar: “Ouvi, por acaso, quando estava à procura do nome, que Setúbal era a maior Baía do Mundo e sabia que tinha de ser aquele. Até no registo, quando fiz o site, dei apenas esta hipótese e não havia em lado nenhum. Estava destinado”, revela Susete.
O feedback tem sido “muito positivo” e os comentários deixados online são muito importantes. Os clientes chegam, por vezes, com base no que se escreve nos sites, segundo a experiência de quem por ali passou. Susete contou inclusive que ia receber um casal, em que o marido tinha deficiência motora, “porque leu opiniões muito positivas acerca do espaço e também do acolhimento”.
Cada quarto tem capacidade para duas pessoas. Os hóspedes têm direto ao pequeno-almoço continental, servido entre as 8 e as 10 horas, e que inclui normalmente um bolo caseiro feito por Susete. O preço dos quartos varia entre os 90€ e os 120€, podendo chegar aos 130€ na época mais alta.
Percorra a galeria e conheça melhor o novo alojamento local da Baixa setubalense.