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Murais de Abril (alguns setubalenses) foram elogiados numa exposição da Irlanda do Norte

Esta é a iniciativa mais recente do projeto “Histórias que as Paredes Contam”, para celebrar os 50 anos do 25 de abril.
Mural “Abril – Direitos Roubados” (JCP/Ano 2000).

Em todas as partes do mundo, ouvimos os grandes representantes dos países a falar sobre direitos fundamentais e, no meio das restantes palavras, com essa garantia, estamos todos de acordo. Ainda que seja importante ter líderes para nos guiar, a verdade é que não há melhor forma de reter uma mensagem do que através de obras de arte, mais especificamente murais.

É na exposição “Peace, Bread, Housing, Health, Education”, inaugurada esta quarta-feira, 31 de julho, no St. Mary’s University College, Belfast, na Irlanda do Norte, que vai poder ver um conjunto de 20 murais executados em Portugal, entre 1974 e 2024. Esta é a mais recente iniciativa do projeto “Histórias que as Paredes Contam”, com sede em Setúbal, para celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos e vai estar patente até 8 de agosto.

“Esta exposição é de uma importância extrema para a comunidade portuguesa na Irlanda do Norte, que assim tem um evento geograficamente próximo que assinala os 50 anos do 25 de abril”, declarou Daniel Gouveia, Cônsul Honorário de Portugal em Belfast, presente na inauguração da mostra, que integra o Féile an Phobail, o maior festival artístico da Irlanda e um dos maiores da Europa.

E acrescenta: “Ao dar a conhecer a evolução dos nossos murais ao longo de cinco décadas, as fotografias patentes nesta mostra ajudam a estabelecer uma ponte entre Portugal e a Irlanda do Norte mediante uma forma de expressão artística e política comum aos dois territórios”. Dos trabalhos expostas, há vários murais setubalenses.

Depois de levar a mostra fotográfica “Liberdade” a Belgrado, em maio, a convite do Instituto Camões, “o projeto adaptou-a ligeiramente, para a tornar mais próxima da realidade da Irlanda do Norte, e rebatizou-a com base naquelas que eram as principais reivindicações da população portuguesa no pós-Revolução”, revela Helena de Sousa Freitas, coordenadora do “Histórias que as Paredes Contam” e autora, com António da Paixão Esteves, das imagens expostas em Belfast.

Também o Cônsul-Geral de Portugal em Manchester, 25 de Abril na Irlanda do Norte”, considerou Duarte Bué Alves, destacou a relevância da mostra no festival que conta com 350 iniciativas no programa e que espera cerca de 120 mil visitantes. “Trata-se de um contributo interessantíssimo no quadro deste importante evento cultural norte-irlandês e uma belíssima forma de celebrar os 50 anos do 25 de Abril na Irlanda do Norte”, sublinha.

O “Histórias que as Paredes Contam – 50 anos de Muralismo em Setúbal”, que desde setembro de 2023 desenvolve um conjunto de eventos enquadrados nos 50 anos do 25 de abril, já promoveu a pintura de seis murais, um ciclo de cinco conversas públicas sobre muralismo e duas mostras fotográficas, ambas apresentadas no seu formato original e em versões adaptadas.

Em preparação está um álbum de imagens e histórias sobre a prática muralística em Setúbal, que contará com o contributo de cerca de uma dezena de fotógrafos. Com chancela do Monte de Letras e incluído no Programa das Comemorações Nacionais dos 50 anos do 25 de abril, o projeto deve o nome à tese de doutoramento que Helena de Sousa Freitas defendeu no ISCTE-IUL em 2019.

Tem parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, através do programa “Venham Mais Vinte e Cincos”, o Instituto Politécnico de Setúbal, a Associação dos Municípios da Região de Setúbal, a Junta de Freguesia de São Sebastião, a União de Freguesias de Setúbal, a União Setubalense e a Associação Cultural Festroia.

Carregue na imagem para conhecer os mais recentes murais pintados em Setúbal.

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