Provavelmente nunca ouviu falar de grounding training. E se já pesquisou na Internet ficou com dúvidas sobre o que significa este conceito. As aulas de grounding training são uma abordagem responsável à prática de condicionamento físico, alongamentos, mobilidade e movimento consciente. O objetivo principal é que as pessoas ganhem consciência corporal para executar determinados movimentos e até prevenir lesões.
Se nunca experimentou esta modalidade, há uma nova plataforma internacional com aulas online, coaching e vídeos tutoriais. O projeto foi lançado em junho pela bailarina, coreógrafa e professora de dança Filipa Peraltinha.
Formada em dança contemporânea e com experiência nas maiores companhias nacionais e internacionais, a setubalense, de 37 anos, decidiu lançar uma plataforma onde pudesse pôr em prática os seus conhecimentos.
“Nos últimos anos apercebi-me que muitas vezes as pessoas não têm consciência do que está a acontecer com o seu corpo quando estão a treinar. Com estas aulas, a minha ideia é ajudar os alunos a ganhar maior consciência corporal e prevenir lesões”, conta à New in Setúbal.
As aulas são dadas em inglês por Filipa Peraltinha através da plataforma Zoom em formato live. Há duas aulas de condicionamento físico e uma de alongamentos e flexibilidade por semana. Mas atenção: as sessões não são apenas para bailarinos profissionais, estão também abertas a todos os que quiserem experimentar, sendo que os exercícios se podem adaptar às limitações de cada aluno.
Caso não possa assistir às aulas em direto, as sessões são gravadas e ficam disponíveis por três dias. Até agora, a plataforma tem juntado pessoas de todo o mundo. Além das aulas, o projeto inclui dicas ligadas à mecânica do corpo em movimento, acompanhamento pessoal e aulas privadas. Para se inscrever deve enviar uma mensagem privada para as páginas de Facebook e Instagram do projeto Grounding Training.
Filipa Peraltinha começou a sua formação aos cinco anos na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal. “Desde miúda que soube que queria seguir a área de dança contemporânea”, explica. Depois de acabar o curso, a coreógrafa foi morar para Lisboa, onde fez formações e workshops em danças urbanas, outra das suas grandes paixões.
“Foi uma altura de grande crescimento que me ajudou a fazer a transição entre a escola e o mundo do trabalho. Lembro que saía muito à noite para observar as técnicas de dança e os bares serviam como uma verdadeira sala de ensaio”, conta.
Aos 25 anos, Filipa conseguiu um contrato de trabalho numa das melhores companhias de dança do mundo: a Cullberg Ballet na Suécia, dirigida pelo coreógrafo Mats Ek. Para a bailarina, a entrada nesta companhia de dança contemporânea serviu de impulso para a sua carreira, porque conheceu grandes referências na área.
Além da Cullberg Ballet, Filipa integrou o elenco das companhias TOK’ART, Luna Negra Dance Company, Oslo Dance Ensemble e Companhia Paulo Ribeiro. Trabalhou com coreógrafos como Mats Ek, Crystal Pite, Johan Inger, Alexander Ekman, Gustavo Ramirez Sansano, Benoît Lachambre, Rui Horta e Paulo Ribeiro, entre outros.
Filipa é professora convidada em escolas, universidades e companhias de dança na Suécia, Noruega, Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Brasil, França e Portugal.
Desde 2011 que tem colaborado como coreógrafa e intérprete em campanhas publicitárias em Portugal e no estrangeiro. Atualmente faz parte do núcleo de professores convidados da MOTUS THE COMPANY (USA), dirigida pela bailarina Diana Matos.