Existem lendas imortais e que deixam uma legião de fãs por todo o mundo. O carinho intemporal não se deve sempre ao talento, mas também à convivência e carisma dos músicos. Neste caso, e quando falamos de artistas locais, são características que estão ainda mais presentes — é o caso de Manuel Carlos Zorro.
Este fim de semana, de 27 a 29 de setembro, vai decorrer o Festival Manuel Carlos Casalão Zorro, na rua que o homenageia, na freguesia de São Sebastião, com momentos de música, poesia, teatro, um concurso de novos talentos e até de pintura ao vivo. O recinto abre todos os dias às 19h30 e os espetáculos começam às 21h30, num evento organizado pelos Artistas e Amigos do Manuel Carlos, Câmara Municipal de Setúbal e Junta de Freguesia de São Sebastião.
Na sexta-feira, 27 de setembro, às 19h30, há uma cerimónia de abertura, que contará com “deposição de flores junto à placa toponímica e um momento musical por artistas, amigos, amigas e quem se quiser juntar a cantar um tema dedicado ao artista homenageado pelo festival”, explica a organização.
Atuam, em seguida, Carla Lança, Nuno Rocha e Sara Margarida. Decorre ainda o concurso novos talentos, com inscrição necessária através do preenchimento de um formulário. No dia seguinte, a 28, pode assistir ao teatro de comédia “Vão todos pra troika que pariu!”, e ainda às atuações de Joana Lança, Íris Cruz, Susana Martins e Maria Caetano. A declamação de poesia está a cargo de Carlos Bondoso e José Raposo.
No último dia do certame, 29, sobem a palco o grupo Cantares do Sado e Cantares da Associação de Socorros Mútuos Setubalense. Vasco Fernando encerra as atuações musicais do festival. Sábado e domingo, vai decorrer pintura ao vivo durante os espetáculos, pela artista Lurdes Pólvora.
Manuel Carlos Casalão Zorro nasceu em Beja, mas viveu em Setúbal desde os dois anos. Integrou projetos como “Os Zulus”, “Os Hippies”, “Contágio”, “Bossa Grupo 5”, “Capricho 76”, “Banda de Cá”, “Grupo Típico Cantares do Sado” e, em particular, o “Conjunto Típico Xico da Cana”, conhecido em todo o concelho e onde esteve durante 30 anos, até à extinção da formação.
Músico multifacetado, foi um notável intérprete da guitarra portuguesa, acompanhando vários artistas em digressões no País e no estrangeiro, nomeadamente na Europa e no Canadá. Esteve envolvido em vários projetos com coletividades e colaborações com o município. Editou vários livros e discos de autores e artistas locais. Dirigia o Coro da Associação de Socorros Mútuos Setubalense e recebeu inúmeras distinções, entre as quais a Medalha Honorífica da Cidade de Setúbal. Morreu em 2020, aos 71 anos.
Já que estamos a falar de cultura e arte, carregue na galeria para conhecer as séries que estrearam nas plataformas de streaming durante o mês de setembro.