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Eclipses e chuvas de estrelas. Estes serão os melhores eventos astronómicos de 2025

O primeiro fenómeno do ano aconteceu na sexta-feira, com o pico de atividade das Quadrântidas, uma forte chuva de meteoros.
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O ano ainda agora começou, mas foi preciso esperar muito para assistir a um incrível espetáculo celeste. Foi na sexta-feira, 3 de janeiro, que ocorreu a primeira chuva de meteoros de 2025 — e este foi apenas o início de um ano repleto de eventos astronómicos que nos vão deixar com os olhos colados ao céu.

O primeiro fenómeno do género é a chuva de meteoros Quadrântidas, que acontece sempre no início do mês de janeiro. Apesar de estarem ativas desde o dia 28 de dezembro, o seu pico de atividade aconteceu na noite de sexta-feira para sábado. Este ano, ocorreu durante a lua crescente iluminada em 11 por cento, o que proporciona as condições perfeita para a observação.

As Quadrântidas são uma das chuvas de estrelas mais fortes do ano e podem produzir até 110 meteoros por hora, segundo a Organização Internacional de Meteoros. Embora o fluxo seja intenso, o espaço de tempo no qual é possível observá-los é relativamente curto. O seu pico dura apenas cerca de seis horas, ao contrário de outras chuvas que tendem a permanecer por cerca de dois dias.

Conhecido pelos seus meteoros brilhantes e coloridos devido à presença de magnésio e ferro, o espetáculo foi visível especialmente no hemisfério norte, sobretudo em locais afastados da poluição luminosa Se, por acaso, não tive a sorte de avistar os meteoros a rasgar o céu, não se preocupe: haverá muitas outras oportunidades ao longo do ano.

Não só de observar chuva de estrelas, como todo o tipo de eventos astronómicos. Os fenómenos previstos para 2025 incluem 12 chuvas de meteoros, conjunções planetárias, dois eclipses lunares e dois eclipses solares, além de super-Luas.

Aponte na agenda alguns dos eventos astronómicos mais impressionantes de 2025.

18 de janeiro: Saturno próximo de Vénus

Um dos primeiros eventos do ano é uma reunião celestial. Vénus e Saturno ficarão tão próximos no céu que vão parecer estar separadas por menos de meio grau. O mais brilhante será Vénus, enquanto Saturno exibirá um tom dourado mais ténue. O evento pode ser observado após o entardecer e será visível no Hemisfério Norte.

14 de março: eclipse lunar total e lua de sangue

O fenómeno astronómico conhecido como “Lua de Sangue” — um eclipse lunar total — vai meter os portugueses a olhar para o céu. O eclipse total da lua “é um fenómeno astronómico em que a Lua adquire um tom avermelhado por mergulhar completamente na sombra da Terra”, explica o Observatório Astronómico de Lisboa. Será visível na sua totalidade no continente americano.

29 de março: eclipse solar parcial

Prepare-se para o sol se transformar numa meia-lua durante um eclipse solar parcial, um fenómeno que ocorre quando o sol, a lua e a Terra não estão exatamente alinhados. Isto faz com que o sol pareça ter uma sombra escura numa pequena parte da sua superfície. O espetáculo vai ser visível na Europa e alcançará a sua máxima intensidade às 11h47.

22 de abril: chuva de estelas Líradas

Ativa a partir de 16 de abril, a chuva de estrelas Líridas, visível em Portugal, vai ter o seu pico de atividade no dia 22 de abril, onde será possível avistar cerca de 18 meteoros por hora. São uns dos enxames de meteoros mais antigos entre os observados e registados pelo homem. Embora seja considerada uma chuva de estrelas menor, com uma taxa horária entre os 10 a 20 meteoros, que se deslocam a uma velocidade de 49 quilómetros por segundo. Estes são, geralmente, de grande dimensão, bastante brilhantes e deixam rastos luminosos.

5 de maio: chuva de estrelas Eta Aquáridas

Os Eta Aquáridas são conhecidos pela alta velocidade na queda e pela percentagem significativa de trilhos persistentes que deixam para trás. O cometa que dá origem a esses corpos é o 1p/Halley, que causa chuvas de meteoro duas vezes por ano: primeiro as Eta Aquáridas, no início de maio, e as Oriônidas, no fim de outubro.No pico de atividade, é possível avistar 40 meteoros por hora.

30 de julho: chuva de estrelas Alfa Capricornídeos

Ative a partir de 3 de julho e até 15 de agosto, a Alta Capricornídeos é famosa por ter meteoros rápidos e muito explosivos. No entanto, só se costumam avistar cerca de cinco por hora.

30 de julho: chuva de estrelas Delta Aquáridas

Além da Alfa Capricornídeos, neste dia também será o pico de atividade das Delta Aquáridas, com os seus 20 meteoros por hora. Estes provêm do cometa 96P Machholz, que orbita à volta do sol a cada cinco anos. O nome deriva das estrelas cadentes, cujos traços parecem sair dum ponto da constelação do Aquário.

12 de agosto: conjunção entre Vénus e Júpiter

Na madrugada de 12 agosto, dois dos planetas mais brilhantes do sistema solar vão alinhar-se numa conjunção que será visível imediatamente antes do amanhecer. Tal como da primeira vez, Vénus resplandecerá branco e luminoso, enquanto Júpiter surge mais ténue com um tom de dourado.

12 de agosto: chuva de estrelas Perseidas

É nesta noite que acontece também o pico de atividades da chuva de estrelas Perseidas, também conhecidas como Lágrimas de São Lourenço. É a maior chuva de estrelas do ano e um dos momentos mais aguardados para aqueles que adoram astronomia. O fenómeno surge graças à passagem da Terra pela órbita do cometa Swift-Tuttle, que deixará um rasto de poeira meteórica que atravessa a atmosfera sob a forma de estrelas cadentes. 

7 de setembro: eclipse lunar total e segunda lua de sangue

O segundo eclipse lunar total, visível a partir da Europa, vai acontecer em setembro. A fase em que a lua irá adquirir os tons avermelhados começará às 18h30 e terminará às 19h52. O evento destaca-se pela intensidade visual e facilidade de observação, já que não requer nenhum equipamento especial.

21 de setembro: eclipse solar parcial

Neste dia, a Lua passará entre a Terra e o sol, cobrindo uma parte do disco solar e criando um eclipse solar parcial.

7 de outubro: Lua cheia da Colheita

A primeira super-Lua do ano só vai acontecer no dia 7 de outubro. O fenómeno acontece sempre que a Lua Cheia se encontra a uma distância da terra inferior a 110 por cento do perigeu da sua órbita. Ou seja, fica cerca de 50 mil quilómetros mais perto do nosso planeta: será 6,6 por cento maios e 13 por cento mais brilhante do que uma lua cheia normal.

8 de outubro: chuva de estrelas Dracônidas

A atividade das Dracónidas pode gerar cerca de 20 meteoros por hora com uma velocidade de 20 quilómetros por segundo. O nome Dracónidas resulta dos traços das suas estrelas cadentes parecerem sair dum ponto da constelação do Dragão, sendo que o radiante da chuva das Dracónidas se encontra na constelação do Dragão. 

10 de outubro: chuva de estrelas Tauridas

Todos os anos, entre finais de setembro e finais de novembro, a Terra intercepta a órbita do cometa 2P/Encke. Este fenómeno dá origem às famosas chuvas de meteoros conhecidas como Táuridas, cujo nome deriva da constelação de Touro, de onde parecem irradiar. No seu pico, podem avistar-se até cinco meteoros por hora.

22 de outubro: chuva de estrelas Oriônidas

As Orionídeas são uma das chuvas de meteoros mais rápidas e prolíficas do ano. O máximo de atividade tem lugar a 22 de outubro, ocasião em que é possível avistar 23 meteoros por hora. O corpo progenitor é o cometa 1P/Halley, um dos cometas mais conhecidos.

5 de novembro: Lua cheia do Caçador

É a maior super-Lua de 2025, assim apelidada por surgir na época do ano em que os caçadores tradicionalmente estariam mais ativos, preparando-se para os meses de inverno. Durante essa noite, a lua será 7,9 por cento maior e 16 por cento mais brilhante do que uma lua cheia regular.

17 de novembro: chuva de estrelas Leônidas

As Leónidas são uma das chuvas de meteoros mais notáveis do ano: no seu pico, produzem até 20 meteoros por hora, que voam a uma velocidade de 71 quilómetros por segundo e deixa um longo rasto azul esverdeado.

4 de dezembro: Lua Cheia Fria

Chama-se Lua Fria e o nome dado reflete precisamente o que está a acontecer a nível meteorológico na Terra — é a primeira lua cheia do inverno, mas é também uma super-Lua. Isto significa que vai ser 7,9 por cento maior e 15 por cento mais brilhante.

14 de dezembro: chuva de estrelas Geminídeas

O fenómeno das Gemínidas está ativo desde 4 de dezembr,o mas é no dia 14 de dezembro que atinge o pico de atividade. Sob condições ideais de céu limpo e em local escuro, vai ser possível avistar até 150 meteoros por hora. A grande particularidade desta chuva de estrelas é o facto de ter origem num asteroide e não num cometa, como outros fenómenos semelhantes. A sua queda acontece todos os anos quando o asteroide 3200 Phaethon, que ganhou o seu nove devido o mito grego de Phaëthon, filho do deus do sol Hélio, passa pelo sol, deixando para trás um rasto empoeirado.

22 de dezembro: chuva de estrelas Úrsidas

No caso específico da chuva de meteoros Úrsidas, o fenómeno acontece quando os restos de poeira do Cometa 8P/Tuttle se desprendem, num momento no qual o corpo celeste passa próximo da Terra, e entram na atmosfera do planeta. No pico de atividade, é possível avistar cerca de 10 meteoros por hora.

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