Antónia Nascimento e Cecília Candeias estavam a começar a fazer os adereços e trajes das marchas populares de Setúbal que enchem a Avenida Luísa Todi de cores todos os anos. Mas, por causa do surto do novo coronavírus, as costureiras decidiram usar a sua habilidade para confecionar máscaras e botas, e entregar aos profissionais de saúde do Hospital de S. Bernardo em Setúbal.
As costureiras estão a fazer os materiais de proteção num atelier em casa, juntamente com Carlos Nascimento, desde esta terça-feira, 24 de março. Até agora já foram entregues 100 pares de botas no Hospital de S. Bernardo, a próxima fase é a produção das máscaras. A iniciativa foi pensada pelas duas voluntárias e Bruno Frazão, produtor, ensaiador e criador de espetáculos de teatro.
“Depois de as costureiras terem lançado a ideia, entrei em contacto com a Câmara Municipal de Setúbal, que passou a informação à Proteção Civil e posteriormente ao Centro Hospitalar de Setúbal. A única coisa que pedimos foi que nos fornecessem o material e os moldes. Quando chegaram os materiais começámos a trabalhar. Assim nasceu uma parceria de voluntariado feliz entre a Câmara de Setúbal, a Proteção Civil e o Centro Hospitalar de Setúbal”, explica à New in Setúbal Bruno Frazão.
Além de apadrinhar a ideia, o Centro Hospitalar de Setúbal facultou um tecido especial antimicrobiano, ecológico e hipoalérgico para servir de matéria-prima. A vantagem deste material é que tanto as botas como as máscaras podem ser reutilizadas depois de esterilizadas.
Depois de concluídas, Bruno Frazão está a transportar as peças de proteção individual da sala de costura para o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, para serem entregues ao Centro Hospitalar.