A Universidade de Oxford, no Reino Unido, é uma das instituições na linha da frente no combate à Covid-19. Além da vacina que está a desenvolver, tem vindo a testar métodos que ajudam na recuperação dos doentes. Um deles é promissor.
A inalação da proteína Beta-1a de Interferão poderá duplicar as probabilidades de recuperação de pacientes hospitalizados por causa da doença e reduzir o desenvolvimento de sintomas graves, avança um relatório publicado esta quinta-feira, 12 de novembro, na revista científica “The Lancet Respiratory Medicine”.
O ensaio da Universidade de Oxford contou com a participação de 101 infetados com o novo coronavírus. Aqueles que inalaram a Beta-1.ª uma vez por dia, durante duas semanas, estavam menos propensas ao desenvolvimento de sintomatologia grave, em comparação com os pacientes que receberam o placebo, pode ler-se no relatório.
Mais: entre 11 e 50 pacientes aos quais foi administrado o placebo (cerca de 22 por cento dos participantes deste ensaio clínico) desenvolveram complicações graves associadas à doença — e precisaram de ventiladores para auxiliar a respiração ou morreram entre 15 e 16 dias depois de receberem a primeira dose.
Porém, entre os hospitalizados que inalaram o Interferão, apenas seis dos 48 pacientes desenvolveram complicações graves, portanto, cerca de 13 por cento, o que é um bom indicador.
“Os nossos resultados confirmam a nossa crença de que o Interferão Beta-1.ª, um fármaco amplamente conhecido e aprovado para utilização injetável […], pode ter o potencial de restaurar a resposta imunitária nos pulmões” se for inalado, disse o principal autor deste estudo, Tom Wilkinson.
No entanto, a equipa considera a amostra pequena, pelo que o próximo passo é testar este método em doentes pré-hospitalares.