Atualmente, o que não faltam são projetos e grandes empreendimentos a serem construídos pelo País fora, sendo que Setúbal não é exceção. Se, por um lado, existe a promoção do território a nível turístico, a verdade é que, com as novidades, as tradições vão-se perdendo com o passar dos anos. E todos sabemos que é nos cantos mais escondidos que se contam as melhores histórias.
Conscientes desta característica, a Câmara Municipal de Setúbal e a associação Dar Cor à Vida vão promover um evento de homenagem às zonas tipicamente setubalenses, neste caso, o Bairro do Troino. A sessão está marcada para o dia 25 de janeiro, sábado, a partir das 15 horas, com “música, teatro, história e gastronomia”, explica a autarquia, numa intenção de celebrar a “memória e força coletiva da comunidade”.
A programação cultural, de entrada livre, conta com os apoios da União das Freguesias de Setúbal e da coletividade União Setubalense, com concentração prevista para o Largo da Fonte Nova, junto da estátua da operária Mariana Torres. O local é o “ponto de partida de um passeio guiado pelo historiador Diogo Ferreira, que convida a explorar o passado do bairro através das histórias e memórias de quem ali viveu”.
Vai poder assistir ainda a um momento de interpretação “defronte da estátua, que homenageia a antiga conserveira, assassinada em 1911 numa manifestação que lutava por melhores condições de trabalho”. Às 16 horas, Patrícia Pereira Paixão apresenta “De olhos e voz aberta”, um espetáculo, em que “questiona o silêncio das estátuas e imagina diálogos que dão voz às histórias que ficaram por contar”, com o objetivo de “olhar o passado com novos olhos e reescrever o presente com a coragem de quem sonha um futuro melhor”.
O mesmo local é depois ocupado pelos artistas Leonardo Silva e Luís Junqueira, que apresentam os objetivos do projeto PO.VOAR, entre os quais a “utilização da arte como ferramenta de transformação social no Bairro do Troino”. Da programação, fazem ainda parte momentos de “reflexão em torno de temas relacionados com soberania alimentar e com o facto de o alimento ser um símbolo de Liberdade e comunidade, conduzida por Nuno Belchior”.
No final, há um momento de “sopa partilhada”, feita com produtos locais. A música fica a cargo de Et toi Michel, num concerto que, “entre guitarras, adufes e letras de intervenção, funde a tradição portuguesa com narrativas de utopia e sátira, encapsulando a essência do protesto e da esperança”. O dia termina às 18 horas, com uma conversa na União Setubalense, na Avenida Luísa Todi, em torno do livro “O anarquismo e a arte de governar Portugal 1890-190”, com o autor Diogo Duarte e participação da atriz Patrícia Paixão e da antropóloga Vanessa Iglésias Amorim.
Se quiser saber mais informações sobre o projeto apoiado no âmbito do PRR — Plano de Recuperação e Resiliência, Comunidades em Ação, candidatura OIL — Operação Integrada Local na União das Freguesias de Setúbal, Coesão Socio-territorial Através das Margens, pode consultar as páginas de Instagram e Facebook da PO.VOAR.
Já que estamos a falar de cultura, carregue na galeria para conhecer a programação completa do Fórum Municipal Luísa Todi.