Nem todas as pessoas têm coragem de ser voluntários. À partida, é um trabalho que exige esforço e muita dedicação, sem esperar nenhum retorno, além do reconhecimento das ações que são desenvolvidas em comunidade: a requalificação do Centro Cultural e Recreio Francisco Rodrigues Lobo pela ACNI (Associação Cultural Novas Ideias) é exemplo disso.
Foi desde o dia 2 de setembro e até esta sexta-feira, 22, que vários voluntários começaram a trabalhar e procederam à limpeza e pintura deste equipamento situado na freguesia de São Sebastião. “Situado no coração da nossa comunidade, é uma joia que há muito tem sido uma referência cultural e um espaço de encontro para os residentes. Tivemos o privilégio de embarcar num projeto ambicioso de recuperação deste espaço e é com grande entusiasmo que compartilhamos os desenvolvimentos mais recentes desta obra”, revela Fernando Cruz, fundador da associação, à NiS.
Contaram com “a generosidade e a colaboração dos dirigentes” do Centro Cultural Francisco Rodrigues Lobo, que cederam as instalações. Este “representou o primeiro passo de um esforço conjunto para revitalizar e dar uma nova vida a este local emblemático”. Claro que o que tornou este projeto “mais especial” foi o envolvimento da comunidade mais jovem neste projeto “que liderou a operação”, com coordenação de Fernando — tudo isto, vai ao encontro dos ideais da ACNI na integração dos mais novos na sociedade. “O seu empenho e dedicação foram notáveis, demonstrando não apenas a sua paixão pelo centro cultural, mas também a sua vontade de criar um impacto positivo na nossa comunidade”, diz o fundador.
Afinal, a união faz a força e vários jovens setubalenses estiveram juntos durante cerca de três semanas, em que partilharam um objetivo comum: dar uma nova imagem a um dos espaços emblemáticos do bairro. “O Centro Cultural Francisco Rodrigues Lobo sempre teve um papel vital na nossa comunidade. É um espaço onde a cultura, a arte e a criatividade florescem e é um local onde as pessoas se reúnem para celebrar as suas tradições e valores. Ao longo do tempo, o desgaste natural das instalações havia diminuído o seu brilho. Agora, estamos comprometidos em restaurá-lo, tornando-o novamente um local vibrante e acolhedor para todos”, explica Fernando.
O comprometimento voluntário deu frutos e agora as paredes estão novamente pintadas de branco, com um ar fresco e renovado, e vários sacos de lixo foram cheios com os mais variados resíduos. Este projeto não se limita apenas à limpeza e pintura — estão a ser planeadas várias iniciativas e eventos futuros para dinamizar o espaço e envolver ainda mais a comunidade. “Queremos transformar o Centro Cultural Francisco Rodrigues Lobo num centro de excelência cultural, com uma variedade de atividades que atendam aos interesses de todos os nossos concidadãos”, remata.
A ACNI é uma associação juvenil que existe desde 2016, tendo recentemente completado oito anos de existência, e começou as suas atividades no âmbito da música, projetos de voluntariado e desporto. No mais recente projeto, “As Traseiras”, conquistou o prémio, atribuído pela Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto Português do Desporto e Juventude, de boas práticas do voluntariado jovem, no âmbito do Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas.
