Os documentos escritos têm o poder de nos informar sobre histórias do passado, mas só conhecemos os sítios e as pessoas, além da imaginação, através das fotografias. As imagens são intemporais e marcam acontecimentos e gerações, de século para século — seja na outra ponta do mundo ou simplesmente no bairro da nossa cidade.
Precisamente por saber a arma poderosa que, atualmente, se ilustra em milhares de dispositivos diferentes, e também pelo potencial que cada canto de Setúbal tem para mostrar, que foi criado o Coletivo 265, em 2023. O fundador, Paulo Torres, quis unir um conjunto de fotógrafos setubalenses amadores para contar histórias através de caminhadas em conjunto.
“O objetivo foi criar um movimento sociocultural dedicado à fotografia de rua através de ‘photowalks’ mensais focados na captura do quotidiano e das paisagens urbanas de Setúbal. O talento e a paixão existente entre os membros levaram à formalização da comunidade, dando origem ao Coletivo 265”, explica à NiS.
Este grupo de talento, com um total de 21 fotógrafos, pretende “não só documentar a vida nas ruas de Setúbal, com a criação de uma memória futura referente à nossa cidade e às suas gentes, mas também inspirar e envolver a comunidade local para a valorização da fotografia como forma de expressão artística e cultural”.
Este não é um processo mecanizado, muito menos pensado e ponderado ao pormenor. Além das técnicas e do “olho” para a paisagem ou para a pessoa ao fundo da rua, capta-se o momento. “O Coletivo é composto por fotógrafos de rua, e quando saímos para a rua, nos nossos ‘photowalks’, nunca o fazemos com uma ideia pré-concebida do que vamos fotografar. Ou seja, é tudo feito ‘obedecendo’ à essência da própria fotografia de rua, que é efetivamente a espontaneidade de um momento, que ao ser observado pelo fotógrafo, é captado e registado”, explica.
Com a perspetiva e retrato destas experiências, vai ser inaugurada dia 6 de setembro, no Forte de Albarquel, a exposição “265 Narrativas”, uma mostra de “histórias individuais experienciadas em modo coletivo”, patente até 2 de novembro. “São imagens reveladoras do pulsar desta cidade. As gentes, a arquitetura, os espaços coletivos aqui revelados, ilustram a abordagem pessoal e estética de cada um dos fotógrafos fundadores deste coletivo”, explica Paulo.
E acrescenta: “São dez abordagens que exploram as técnicas da cor e do preto e branco, o filme fotográfico e o digital, tendo como objeto a cidade onde a luz, o clima e as suas gentes, se fundem de uma forma perfeita. 265 é também o indicativo telefónico da cidade de Setúbal”, acrescenta Paulo. A entrada na exposição, onde vão estar 50 fotografias de dez fotógrafos que integram o grupo, é gratuita. A iniciativa conta com o apoio do Município de Setúbal.
Carregue na galeria para conhecer alguns dos trabalhos que pode ver na exposição, de diferentes autores.
