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A aventura da bailarina setubalense que embarcou num cruzeiro de 6 meses da Disney

Patrícia Lima integra quatro espetáculos diferentes e está a percorrer a rota das Caraíbas Ocidental e Oriental.
Uma experiência especial.

Patrícia Lima não desistiu até realizar um dos seus sonhos. Em 2024, a bailarina setubalense decidiu viajar pelas principais cidades da Europa com um objetivo: realizar audições para cruzeiros, mais concretamente para a Disney Cruise Line. O processo foi “longo e exaustivo”, mas passado ​​alguns meses, foi selecionada para uma das rotas da empresa.

“Tudo começou com um grande sonho e vontade de fazer parte de um musical da Disney e de querer viajar pelo mundo ao mesmo tempo. Sempre adorei conhecer novas culturas e países”, começa por contar à NiS a jovem de 22 anos. O primeiro passo foi realizar uma audição em Londres, em março de 2024. Em setembro do mesmo ano, foi chamada para uma nova fase.

“Poucas semanas depois, recebi um email a solicitarem mais informações e material, por isso tive de gravar umas quantas selftapes em casa e num estúdio de dança”, recorda. “Após o envio destas últimas self tapes, a 8 de outubro, recebi então a minha proposta para ser performer no novo Cruzeiro da Disney Cruise Line — Disney Treasure, estreando um novo espetáculo nunca antes visto ou produzido, o ‘The Tale of Moana’.”

A preparação começou em janeiro, onde durante dois meses esteve em Toronto, no Canadá, a concluir o período de ensaios. Em março, seguiu para Orlando, nos Estados Unidos da América, para embarcar no cruzeiro que terá a duração de seis meses.

Patrícia está atualmente em Cozumel, no México, que é a primeira paragem da rota das Caraíbas Ocidental. As próximas serão George Town, nas Ilhas Caimão, Falmouth, na Jamaica e Castaway Cay, nas Bahamas. Depois, na rota Oriental, vai passar por Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, São Tomás, nas Ilhas Virgens Americanas, com regresso a Castaway Cay.

Patrícia em ação.

Atualmente, a bailarina integra quatro espetáculos: o “Seas the Adventure” e o “The Tale of Moana”, que são apresentados no Walt Disney Theatre, o palco principal; e os “Color Spin” e “Pirates Parlay”, que decorrem no deck exterior superior do navio.

“Nunca tinha feito um cruzeiro, é a minha primeira vez, mas sempre senti que iria gostar e que queria ter esta experiência”, frisa. “Não vou mentir, o início foi muito atribulado, pois tive de me adaptar a todo um novo ambiente, novas culturas, pessoas e rotinas. Na verdade, adaptei-me a uma nova vida porque atravessei o Atlântico para trabalhar com uma das maiores companhias de entretenimento do mundo.”

Agora, passados ​​dois meses desde que embarcou no navio, a jovem confessa que já se habituou ao estilo de vida, tendo criado a sua própria rotina para se manter saudável, tanto mental como fisicamente. “É muito fácil uma pessoa perder-se e sentir-se sozinha num contrato deste género, mas com o apoio dos amigos e família tudo se torna mais fácil”, aponta. “Além disso, nos dias que tenho oportunidade de sair do barco gosto sempre de sair e ir conhecer os novos sítios e tento fazer algumas excursões para aliviar da pressão dos espetáculos e da vida no barco.”

O dia a dia de Patrícia varia consoante os itinerários. Normalmente, está sempre mais ocupada durante os “Sea Days”, ou seja, quando os clientes permanecem o dia inteiro no barco. “Temos de proporcionar o máximo de entretenimento possível. Por isso, diria que um ‘Sea Day’ começa bem cedinho e termina mais tarde.”

Nos restantes dias, quando os guests, como são conhecidos os clientes, têm a oportunidade de conhecer novos destinos, Patrícia permanece no barco a aproveitar a calmaria ou vai dar um passeio. “No geral é uma rotina bastante atarefada, mas sempre temos umas quantas pausas durante os dias mais ocupados. Também temos algumas manhãs livres, que dão para recarregar as energias.”

Nos tempos livres, a artista aproveita para ler nos decks, apanhar sol, ir ao ginásio, passear nos diferentes destinos, assistir aos espetáculos dos amigos e tocar guitarra. Muitas vezes também reserva um bom tempo para estudar, dado que quando regressar a Portugal terá de realizar o exame final para completar a licenciatura em Guitarra Clássica.

“Por enquanto, não aconteceu nada de chocante [durante os espetáculos]”, conta, entre risos. “Mas por vezes tenho guests que me reconhecem dos espetáculos e que vêm falar comigo para elogiar a minha prestação. Esta interação torna toda a experiência muito mais especial e gratificante porque, no fundo, estão a reconhecer o nosso trabalho e, de certa forma, significa que conseguimos chamar a sua atenção.”

De seguida, carregue na galeria para ver algumas fotografias da nova aventura da bailarina.

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