Podíamos dizer que só iria ver um cenário destes nos seus melhores sonhos, mas ia ser mentira. Não é preciso sonhar nem idealizar algo que é real e está tão perto de si. Sim, é isso mesmo. Pode ter uma experiência única com a Seatru, no Portinho da Arrábida — andar por cima da água, mas ver tudo o que está por baixo de si, no mar, num caiaque ou prancha de paddle totalmente transparentes.
Marcelo Almeida, 31 anos, Paulo Duarte, 35 e João Nozes, 36, todos residentes em Sesimbra, chegam de áreas ligadas ao turismo. Marcelo trabalhou no ramo da hotelaria e animação turística, Paulo na restauração e alojamento local e João na restauração e surf.
São estes três mosqueteiros que se complementam nas suas diferenças os fundadores deste negócio. “Já tínhamos visto estes produtos em reels de Instagram, em destinos paradisíacos como o México, Maldivas, Filipinas e pensámos que seria um ótimo produto para explorar nestas águas cristalinas que nos permitem ver o fundo do mar”, diz Marcelo à NiS. Embora estejam a preparar tudo desde janeiro, começaram a operar a 10 de junho, Dia de Portugal.
“O conceito é diferente da oferta existente. Não chegámos para fazer concorrência a ninguém, até porque acreditamos no trabalho em rede. Se remarmos para o mesmo lado, saímos todos a ganhar. Quem nos procura não nos pode ver como um tour de caiaque normal, até porque existem muitas empresas especializadas nesta área a operar há anos. Somos uma experiência diferente, em que grande parte do tempo, quem está a andar, está constantemente a parar para contemplar o que está por baixo, é como se andasse num caiaque de cristal”, diz um dos sócios.
A Arrábida foi uma escolha óbvia e sabiam que era uma aposta ganha: “Como todos os que visitam a Costa Azul, somos amantes destas praias por toda a sua envolvência com a Serra da Arrábida e pelas suas águas transparentes, por esta razão, decidimos que queríamos ver de outra forma, queríamos ser capazes de Seatru, ou seja, see through”.
A experiência da New in Setúbal
A New in Setúbal foi conhecer este novo projeto e andar de caiaque e paddle nas águas cristalinas do Portinho da Arrábida. À chegada fomos recebidos por João, que deu os coletes obrigatórios para cada viagem marítima. Antes de entrarmos na água, explicou as noções básicas de segurança para que tudo corresse bem. Temos de entrar já com água pelos joelhos, mas até tão perto da costa, conseguimos perceber a magia que está prestes a acontecer.
O caiaque tem capacidade para duas pessoas e é completamente transparente. Estamos a cerca de 20 centímetros da água, mas a sensação de segurança é garantida — e a verdade é que não chegamos a pensar muito nisso com toda a experiência que estamos a viver. A viagem é feita perto das rochas e da encosta da Árrabida e, apesar de sabermos que a água é transparente, aqui conseguimos ver ao pormenor a imensidão de fauna e flora, que está tão perto de nós.
Se já consegue ver tudo com o caiaque, espere até experimentar o paddle. Entra, normalmente, de joelhos, e o remo é segurado de maneira um pouco diferente — no momento, é tudo explicado e consegue compreender facilmente. Quando nos colocamos de pé ficamos com a melhor vista de sempre. Há uma noção plena de toda a vida marinha, entre algas, corais, peixes e peixinhos. É uma experiência única.
As tours disponíveis
A tour diária começa pelas 10 horas, onde passam pelas principais praias. O valor é de 45€ por pessoa. Há alugueres de 30 minutos (20€) ou 60 minutos (30€) por caiaque, mas tem também a hipótese de personalizar e ter os equipamentos o tempo que desejar. Há cinco caiaques e três pranchas de paddle. Também realizam eventos privados e team building, em que os clientes podem alugar todo o material. Para saber mais informações deve contactar a Seatru através do Instagram, do contacto 912 729 888 ou do email seatru.pt@nullgmail.com.
A empresa garante que não há público-alvo: “São todos aqueles que visitam ou pretendem visitar a Arrábida, idades compreendidas entre os 18 e os 100, dependendo claro da condição física e se sabem ou não nadar. Dos seis aos 16 anos apenas acompanhados pelos pais e dos 16 aos 18, apenas com autorização dos mesmos. Ainda assim, o público tem sido diversificado, porque já chegaram ‘setubalenses de gema’, mas também australianos e japoneses. A nossa ideia é sermos um produto para todos os que visitam a área metropolitana de Lisboa e mais propriamente a Arrábida”.
Deixamos uma última curiosidade: o nome. Ao final do dia, no Restaurante de Paulo e de João, o Bifedouro, em Sesimbra, os amigos estavam a fazer brainstorming: “A televisão estava ligada e estava a dar um filme em que a personagem principal disse: ‘I will be able to see through’. Nesse momento, olhámos uns para os outros e começámos a pensar. Decidimos logo trocar o ‘see’, de ver, para o ‘sea’, de mar, e assim surgiu Seatru”.