As vacinas continuam a ser sinónimo de maior proteção contra a Covid-19. No entanto, as vacinas que recorrem a RNA mensageiro (a da Pfizer e a da Moderna estão entre as que fazem parte deste grupo e têm sido administradas em Portugal), terão sido mais eficazes contra a variante Alpha do que a atual variante Delta, responsável por 99,5 por cento dos casos atuais no País.
As conclusões são de um novo estudo de origem portuguesa agora conhecido que se debruçou apenas sobre a efetividade das vacinas na prevenção do contágio (e não da doença).
O estudo em causa, de que o “Expresso” dá conta, foi disponibilizado no domingo, 22 de agosto, na plataforma MedRxiv. Foi levado a cabo por cerca de duas dezenas de investigadores da Direção-Geral da Saúde (DGS)e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), contando ainda com colaboração da Unilabs.
Em concreto, o estudo conclui que a Delta gera cargas virais maiores do que a Alpha quando infeta pessoas vacinadas, sugerindo que a vacina tem “um menor impacto a reduzir a carga viral nos casos de infeção com a Delta”. As conclusões partiram da análise 2097 casos positivos de SARS-CoV-2 em Portugal, diagnosticados entre os dias 17 de maio e 4 de julho. Entre estes, 1131 (53,9 por cento) foram infecções com a variante Delta e os restantes 966 casos (46,1 por cento) diziam respeito a infeções com a variante Alpha.
A equipa de investigadores responsável por este estudo concluiu ainda que as pessoas já com o esquema de vacinação completo têm menor carga viral do que as que não estão vacinada.
Portugal conta nesta altura com mais de 70 por cento da população com o plano de vacinação completa, e cerca de 80 por cento com pelo menos uma dose tomada. Dado o avançado processo de vacinação em Portugal, já se admite a desativação de alguns centros de vacinação.