Obstetrícia, ginecologia e oncologia estão entre os serviços já em risco de rutura no Hospital de Setúbal, após o anúncio de demissão em bloco de 87 médicos.
A decisão, segundo o jornal “Público”, foi tomada em solidariedade após a demissão do diretor clínico do Hospital São Bernardo, Nuno Fachada, na semana passada.
Numa conferência de imprensa na sede da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos, Nuno Fachada declarou que, na situação atual, o hospital “não consegue mais responder à sua população”. Este “é o momento de se cumprir o prometido: o centro hospitalar tem de ser convertido e (…) deixar de ser financiado como um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar”, acrescentou.
“O pedido de demissão do cargo de diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal, e agora da restante direção clínica, diretores de serviço e departamentos, coordenadores de unidade e comissões e ainda chefes de equipa de urgência, num total no total de 87 assinaturas, é o último grito de alerta para a situação desesperante a que o Centro Hospitalar de Setúbal chegou”, reforçou.
Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, foi mais longe na expressão, explicando que não se trata apenas de um grito de alerta. “É um grito final”, afirmou, pedindo ainda ao Governo que “aja com urgência” quanto a esta matéria.
Em agosto, já o antigo diretor do serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal, Pinto de Almeida, se havia demitido após um encerramento temporário do atendimento de urgência devido à falta de profissionais.