No início do século XVII, surge por terras espanholas o cavaleiro Dom Quixote, um fidalgo castelhano, sonhador e irrealista, que percorria o seu caminho, pronto para enfrentar qualquer perigo. A seu lado, está o fiel escudeiro Sancho Pança, que o chama à razão e impede que sonhe alto demais. Durante a viagem, os dois companheiros embarcam numa série de aventuras, que acabam sempre com choques de realidade.
É precisamente esta a história que vai poder conhecer no espetáculo “Dom Quixote”, nos próximos dias 24 e 25 de janeiro, pelas 20h30, no Fórum Municipal Luísa Todi. Esta é a 44.ª produção da companhia GATEM — Espelho Mágico, que traz “a literatura para o teatro, na adaptação de um texto escrito há mais de 400 anos, um dos personagens mais interessantes da literatura mundial”, explica o site oficial do equipamento municipal.
A verdade é que “há mil e uma aventuras do cavaleiro andante, D. Quixote de la Mancha, contadas de várias maneiras, de todas as formas, com mais ou menos verdade, com mais ou menos loucura… Algumas saíram da pena de Cervantes, outras foi ele que saltou dos livros e as viveu sozinho”. Pode esperar, assim, “um espetáculo divertido, onde podemos aprender que todos podemos ser Dom Quixote. Basta crer, basta ouvir o que o coração nos diz e acreditar”.
O texto é de Miguel Assis, numa adaptação da obra de Miguel de Cervantes. O evento vai contar ainda com a participação especial do Coral Luísa Todi. Os bilhetes custam 7,50€ e pode adquiri-los na bilheteira online.
A história da GATEM
Foi em 1995 que surgiu esta companhia, pelas mãos de Céu Campos, Ricardo Cardoso e Fernando Guerreiro, que, entretanto, morreu. Na altura, os fundadores tinham dois programas de autor na rádio PAL, já extinta: “Arestas de Vento” e a produção infantil “Espelho Mágico”, conta Céu à New in Setúbal.
“Passámos por muitas rádios e estivemos sempre ligados à comunicação. Existiam muitos autores a trabalhar connosco, assim como músicos e outros artistas. Foi juntar essa boa gente e fazer um projeto de teatro. Tínhamos todos os ingredientes ali ao nosso lado”, acrescenta a diretora da companhia.
No fundo, a essência da GATEM está em fazer “teatro para toda a família”, em género de peças musicais, sempre com algo a “comunicar e transmitir”, de uma maneira “didática, lúdica, com muita fantasia e muita cor”. Fazem parte deste projeto com quase três décadas, no total, cerca de 20 elementos e têm cerca de dez peças em cena.
Ao longo dos anos, o percurso “tem sido de dentro para fora” e um dos momentos mais marcantes de sempre foi quando venceram o Prémio UNIR, em 2015, com a produção “O Principezinho”. Foi importante pelo que “representa, pela obra que é” e por terem sido reconhecidos e avaliados internacionalmente. Foram receber o prémio à Cidade Espanhola de Autores, numa sala cheia, que os aclamou como se pertencessem ali. Foi, frisa Céu, uma “conquista inesquecível”.
Além da carreira com 28 anos, existem protocolos e parcerias entre a companhia e algumas escolas secundárias do concelho. A 8 de novembro de 2023, a Câmara Municipal de Setúbal procedeu à cedência de dois imóveis localizados no Bairro da Bela Vista, para que a cooperativa cultural de Setúbal desenvolva os seus trabalhos e prepare os espetáculos.
A GATEM produziu 43 peças teatrais, em especial para a infância e para toda a família, prestando um relevante contributo na dinamização cultural do concelho de Setúbal, além de organizar, em parceria com a Câmara Municipal, o Bambolinices — Festival de Teatro e Artes Performativas, que já teve quatro edições, além das dezenas de espetáculos que realizam de norte a sul do País.
Já que estamos a falar de cultura, carregue na galeria para conhecer as séries que estrearam nas plataformas de streaming durante o mês de dezembro.