Ainda não temos data de estreia mas 2021 vai trazer o regresso de Henry Cavill, com os seus longos cabelos cinzentos, nas terras estranhas de “The Witcher”. A série sofreu atrasos mas é uma das apostas fortes da Netflix para este novo ano.
Não foi fácil a chegada de “The Witcher” ao ecrã e as expectativas têm alguma culpa no cartório. Entre batalhas, forças sobrenaturais e cenários irreais fiéis a todo um mundo de fantasia, a série da Netflix parecia querer ocupar a vaga gigante deixada em aberto pelo fim de “Guerra dos Tronos”.
Seria esta a próxima série épica de fantasia? Uma parte da crítica foi algo implacável nesta questão — à imagem do novo miúdo com talento para jogar futebol que é comparado a um próximo Messi ou Cristiano Ronaldo. Lá está, as expectativas não ajudam. Ainda assim, a primeira temporada estreou em dezembro de 2019 e foi um dos maiores sucesso da Netflix, e não foi só culpa da famosa cena dos peitorais do ator de “Homem de Aço”.
Esse sucesso abriu caminho a uma segunda temporada. Estava tudo a correr dentro dos planos, até que se deu a pandemia. As filmagens pararam logo em março e estiveram interrompidas durante meses, até que em agosto passado foram retomadas, já com as condições de segurança reforçadas. As filmagens para o primeiro e segundo episódio já estariam fechadas quando quatro casos positivos detetados nas gravações em Londres obrigaram a nova paragem, em novembro.
A Netflix tem feito o esforço para continuar a produção apesar dos desafios, algo que se notou quando uma lesão em dezembro do ator principal obrigou a algumas alterações. Embora sem data de estreia definida, as redes sociais permitiram algumas prendas aos fãs. Nas últimas semanas tivemos direito a imagens inéditas da nova temporada mas também um daqueles mimos especiais para os fãs: uma página inteira do guião.
This page from the Witcher Season 2 script shows the next season isn't holding back. pic.twitter.com/O2ucSltlls
— NX (@NXOnNetflix) December 22, 2020
A série inspira-se nos livros do escritor polaco Andrzej Sapkowski e nos jogos passados naquele universo. Na primeira temporada, acompanhámos o bruxo solitário (durante pelo menos parte do caminho) interpretado por Cavill mas não só.
Os oito episódios apresentaram-nos a feiticeira Yennefer (Anya Chalotra), que de menina pobre, feia e descartada se tornou uma figura sensual e poderosa, e acompanhamos a longa fuga da princesa Ciri (Freya Allan).
No final da temporada, a grande batalha de Sodden deixou as sementes para o futuro. Geralt não sabe que Yennefer escapou e, depois de tanto tempo à espera do momento, encontrou finalmente a jovem princesa Ciri.
Lauren S. Hissrich, a criadora da série, já tem falado dos planos para a nova temporada e algo que podemos esperar é mais linearidade na história. “The Witcher” obrigava os fãs a estarem atentos. Sem referências claras para lá dos diálogos e contextos, éramos levados para narrativas paralelas, pequenos momentos ou histórias, passados noutras épocas.
Continuará a haver momentos destes mas a história central será mais linear e devemos passar parte do tempo com Geralt e Ciri juntos, preparando a jovem personagem para um papel cada vez mais importante (à imagem do que acontece nos livros). Na sua conta de Twitter, a criadora da série já antecipou que ela está “finalmente preparada para fazer mais do que fugir”.
And finally… she's ready to do more than run. 🎁 pic.twitter.com/wsSgPAE5bL
— Lauren S. Hissrich (@LHissrich) December 22, 2020
As questões levantadas sobre o complexo universo onde tudo decorre mereceram atenção da Netflix e da equipa de “The Witcher”. Nos últimos meses foi divulgada uma linha temporal que ajuda a orientar os espectadores e foi ainda lançado um mapa online interativo para nos orientar pelas terras onde tudo decorre.
Na nova temporada vamos também passar mais tempo sob domínio do império Nilfgaardian e, embora sejam raros, iremos conhecer mais bruxos. A sinopse oficial revela que Geralt vai levar Ciri para o lugar mais seguro que conhece, Kaer Morhen, ainda fortaleza tornada escola, onde o próprio Geralt passou a infância. Mas não é só na própria série que podemos esperar novidades.
Antes ainda da estreia da segunda temporada vamos conhecer “The Witcher: Nightmare of the Wolf”, filme de animação ao estilo animé passado neste mesmo universo. E está também a caminho uma minissérie intitulada “The Witcher: Blood Origin”, sobre as origens da raça de Geralt que se vai passar cerca de 1.200 anos antes dos acontecimentos da série principal.
Na primeira temporada o elenco nomes como Joey Batey, MyAnna Buring, Tom Canton, Eamon Farren, Björn Hlynur Haraldsson, Adam Levy, Lars Mikkelsen, R ou Natasha Culzac. Comos os fãs bem sabem, já dissemos adeus a alguns destes atores. Mas a continuação da narrativa vai contar com algumas novidades no elenco, entre eles Yasen Atour, Paul Bullion, Joey Batey, Thue Ersted Rasmussen, Aisha Fabienne Ross, Mecia Simson e Kristofer Hivju, o Tormund de “A Guerra dos Tronos” que aqui surgirá no papel de Nivellen, um homem amaldiçoado que se transformou num monstro.
Os oito novos episódios da segunda temporada vão ser realizados por Stephen Surjik, Sarah O’Gorman, Ed Bazalgette e Geeta V. Patel, tudo nomes novos em relação aos realizadores da primeira temporada.
Quem promete voltar ainda melhor é o próprio Henry Cavill. O ator é um fã da personagem e assim que soube que vinha um projeto a caminho fez tudo para conseguir o papel. Desde início manteve a preparação física e a sua teimosia quase o levou a problemas de visão. À “Vanity Fair”, numa entrevista em que falava das reações à sua prestação no papel, Cavill revelou que se dedica a ler críticas e fóruns em plataformas como o Reddit, à procura de críticas construtivas. Tudo para melhorar de cada vez que se torna Geralt de Rivia.
Já longe da tal sombra de “Guerra dos Tronos”, “The Witcher” está a conquistar o seu espaço e mesmo apesar dos desafios para esta segunda temporada, o projeto parece estar aí para ficar. Hissrich, a criadora, já admitiu que não gosta de acelerar a produção. As coisas são fazer com calma. Mas há aqui muito mundo, personagens e monstros, claro, para explorar por mais alguns anos.