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“Tin e Tina”: o filme macabro da Netflix que está a aterrorizar os portugueses

É parecido com a "Orfã", mas os miúdos são mais assustadores. Bebés afogados e cães chacinados são apenas a ponta do icebergue.
Não vai conseguir dormir à noite.

Miúdos sinistros já são o ponto de partida para centenas de filmes de Hollywood. “A Orfã”, “The Shining”, “O Exorcista” e “Poltergeist” são apenas alguns dos exemplos. Mesmo assim, sempre que é lançado um novo projeto com um protagonista infantil e assustador, acabamos por ficar colados ao ecrã.

É assim a mais recente produção da Netflix, “Tin e Tina”. O projeto protagonizado por Jamie Lorente, o icónico Denver de “La Casa de Papel”, é atualmente o filme mais visto da plataforma de streaming — estreou a 31 de março no cinema e chegou a 26 de maio ao serviço digital. Aqui, interpreta Adolfo, o marido de Lola (Milena Smit).

São o típico casal feliz e apaixonado, até que uma desgraça muda para sempre a sua vida. No dia do casamento, a mulher tem um aborto espontâneo. Durante longos meses não consegue sair de casa, e como companhia apenas tem o cão e uma televisão da década de 1980, altura em que se desenrola a narrativa.

Após descobrirem que nunca poderão ser pais (pelo menos biológicos), o casal decide ir a um convento católico para adotarem um filho. Acabam por sair de lá com dois irmãos gémeos altamente religiosos e, sinceramente, com um aspeto igualmente bizarro: Tin (Carlos González Morollón) e Tina (Anastasia Russo).

Ao início, parecem adoráveis e desejosos de finalmente terem uma casa. O que o casal não espera é que, com o passar do tempo, os miúdos tornar-se-ão em verdadeiros psicopatas à medida que seguem a Bíblia religiosamente, castigando todos os que consideram pecadores.

Esta filosofia aplica-se não só aos humanos, mas até ao cão da família. Após morder Lola, o animal é sedado por Tin e Tina. Durante a noite, arrastam-no para casa, abrem-no e tiram os seus órgãos. O objetivo? Purificarem-no de todos os males. Na manhã seguinte, agem como se nada tivesse acontecido, deixando em aberto se os irmãos são mesmo perturbados ou apenas extremamente inocentes nas suas atitudes.

Passados alguns meses atribulados, a mãe descobre que está grávida, embora os médicos lhe tivessem dito que isso nunca aconteceria. Para os miúdos (e até para ela), aquilo era um verdadeiro milagre. No entanto, a protagonista decide que não vai batizar o bebé, o que faz com que os miúdos o façam eles mesmos. Durante uma cena bastante intensa que vai mudando entre as quatro personagens principais, vemo-los a afundar o irmão na piscina.

Ao longo de duas horas, há vários episódios que deixam os espectadores perto de uma paragem cardíaca, sentimento impulsionado pela música arrepiante escolhida. “Acredito que o filme oferece um espaço para contar os meandros de uma vida familiar, das inquietações da Lola e da vida na década de 80”, disse Jamie Lorente ao site espanhol “Sport”.

No IMDb, o filme conta com uma avaliação de 4,9 em dez com base em 1.500 avaliações. Já John Serba, do “Decider”, diz que é uma produção “dispensável”, dizendo que é um projeto muito fraco. O “Ready, Steady, Cut” afirma que se trata de “uma mistura muito dececionante do género de terror”.

Em Espanha, porém, está a receber muitos elogios. O crítico Pablo Vázquez do site “Fotoramas” deu-lhe quatro estrelas em cinco. “O filme é divertido e perturbador na primeira metade, mas perde parte do fôlego durante o longo final que chega a ser anticlimático. Mas a diversão está garantida”.

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