O gosto pela música surgiu nos anos 80 com a rádio. Como referências musicais e artistas que muito admira elege Tom Waits, Carter Burwell e Trent Reznor. Começou a tocar em bares no início dos anos 90 e, em 2007, gravou o seu primeiro disco.
Sérgio Miendes, como é conhecido, natural de Setúbal, é guitarrista do projeto musical A garota não, com Cátia Oliveira e antigo membro da banda portuguesa Hands on Approach. A New in Setúbal falou com o músico de 46 anos sobre os projetos futuros, a sua ligação à cidade e a parceria com A garota não.
Como é que surgiu o interesse pela área musical?
Talvez por ouvir muita rádio, nos anos 80 era uma boa companhia.
Quais são as suas inspirações musicais?
É possível que as minhas inspirações venham de sítios não musicais, como histórias minhas, de amigos, mas claro que também sou influenciado por outros músicos. Por exemplo, no disco “Senda” que editei em fevereiro de 2023, faço referência a três músicos que muito admiro: Tom Waits, Carter Burwell e Trent Reznor.
Em que medida é que a cidade do Sado contribuiu para a sua forma de estar e ser na vida?
Acredito que o local onde crescemos nos influencia tal como as pessoas que nos rodeiam. Tive a sorte de poder aproveitar muito do que Setúbal me ofereceu, a natureza e as pessoas foram e continuam a ser inspiradoras.
Como descreve o seu percurso até 2020?
Comecei a tocar em bares no início dos anos 90. Em 1999 gravámos “Blown”, que seria o primeiro de cinco álbuns dos Hands On Approach. Em 2007, gravei o primeiro disco de Mazgani, com quem toquei até 2015. A partir de 2011 comecei a tocar e a gravar com João Pedro Pais. Pouco tempo depois começaram as primeiras produções com Um Corpo Estranho, Tio Rex, Ojames, Band’it, Delamotta, Nuno Carpinteiro, Et Toi Michel e A garota não. (Pode aceder a informação complementar no site oficial.)

O que mudou desde então?
Desde 2020 que comecei a fazer mais trabalho de estúdio, produção, misturas e masterizações. Eu e o Diogo Sousa abrimos o Nimbo Estúdio, em Aldeia Grande e desde então temos gravado e produzido vários discos. No nosso estúdio tentamos que todos se sintam em casa, desfrutando de uma inspiradora vista sobre a serra.
Como conheceu A garota não (Cátia Mazari Oliveira)?
Fomos vizinhos durante algum tempo e um dia cruzei-me com a Cátia no quintal do pai, ela estava a tocar e fiquei a ouvir um pouco.
Como surgiu a parceria entre os dois?
Em 2015, a Cátia mostrou-me alguns temas e começámos a gravar ideias. Durante cerca de três anos trabalhámos no primeiro disco, “Rua das Marimbas N7”.
Quais são as principais novidades previstas para este ano?
No dia 13 de maio, irei tocar no Cinema Charlot , no âmbito do festival Soam as Guitarras. Será um concerto de guitarristas setubalenses. Teremos o Renato Sousa, Noitibó, Ojames, Tio Rex, Um corpo estranho e A garota não. No final do ano teremos Coliseu do Porto e Lisboa com João Pedro Pais. E com A garota não, temos a Casa da Música e CCB em dezembro.
Quais são as suas maiores ambições enquanto artista?
Conseguir que a música que faço ajude a melhorar o dia de alguém e que possa fazer isto, ainda durante muito tempo. Tocar, produzir e compor discos que sejam ouvidos.