Foi há 20 anos que estreou nos cinemas “Velocidade Furiosa”, um filme sobre um agente da polícia de Los Angeles que se infiltra no mundo das perigosas (e ilegais) corridas de carros de rua, que estão ligadas a grupos criminosos organizados. O agente acaba por se deixar conquistar pela “família” e é assim que a saga continua.
O primeiro filme não foi um enorme blockbuster — mas o sucesso de bilheteira da história, e dos capítulos que se seguiram, determinou que “Velocidade Furiosa” alcançasse uma escala cada vez maior, com mais carros, mais manobras impossíveis, mais sequências loucas de ação e com narrativas globais, que não se cingiam apenas às ruas de LA. Os fãs também aumentaram exponencialmente até esta se tornar numa das sagas mais populares do novo milénio.
Dois anos após a data original, “Velocidade Furiosa 9” estreia nos cinemas esta quinta-feira, 24 de junho. É o regresso do realizador Justin Lin à saga — cineasta que não dirigiu os dois filmes anteriores — e com ele regressam várias personagens icónicas.
O enredo começa com Dom (Vin Diesel) focado em ser pai de família, a cuidar do seu pequeno Brian (nome dado em homenagem à personagem de Paul Walker). Contudo, rapidamente volta à ação — numa intriga de espiões — e junta-se aos companheiros do costume para identificarem uma aeronave caída algures numa selva da América central.
Um dos principais elementos na narrativa deste filme é o aparecimento de um irmão perdido de Dom e Mia Toretto — Jakob. A personagem interpretada por John Cena é, como Dom, um especialista em carros e ação, mas com uma génese mais vilã, e com um grande sentimento de rivalidade e até de inveja para com Dom. É um conflito entre irmãos que marca grande parte da história.
“Velocidade Furiosa 9” volta ainda a contar com Roman (Tyrese Gibson), Tej (Ludacris) e Han (Sung Kang), além de Letty (Michelle Rodriguez) e Mia (Jordana Brewster). As duas mulheres têm direito a mais cenas neste filme — é abordada a relação entre elas, algo que nunca foi muito explorado, e têm finalmente cenas de ação. Há muitos anos que Michelle Rodriguez pedia uma abordagem diferente à sua personagem.
O elenco conta ainda com Charlize Theron (no papel da vilã Cipher), Helen Mirren (como Queenie), Kurt Russell (enquanto Mr. Nobody), Nathalie Emmanuel (como a hacker Ramsey), e Michael Rooker (que faz de Buddy). Neste filme há ainda uma série de flashbacks que mostram o passado da família Toretto, mostrando a morte do patriarca e a relação entre os irmãos. Vinnie Bennett interpreta uma versão mais nova de Dom, Finn Cole é o jovem Jakob, e Siena Agudong ficou com o papel da Mia daquela altura.
Quantos carros já destruiu a saga?
Com tantos filmes produzidos nestes 20 anos, e com uma escala de produção e orçamentos cada vez maiores, a logística do uso de carros em “Velocidade Furiosa” tem aumentado. Ainda que o foco das histórias já não sejam as corridas ilegais de rua, os carros continuam a ser um elemento fundamental. Não só carros desportivos, mas modelos clássicos e veículos distintos.
Para fazer um filme desta dimensão com todas aquelas manobras ambiciosas, muitos carros têm de ficar destruídos pelo caminho. Contudo, muitos dos que vemos no ecrã não estão totalmente completos — muitas vezes têm apenas o motor, o chassis e todos os elementos que os tornam apelativos por fora. Ou seja, pode haver várias peças e partes da estrutura a faltar no interior, já que não são necessárias e reduzem os custos de produção. Alguns não são realmente conduzidos, sendo meramente acessórios.
Por volta de 2015, a companhia de seguros britânica Insure the Gap, recolheu e publicou dados sobre os carros que tinham sido destruídos na produção dos filmes de “Velocidade Furiosa”. Aqui está a lista divulgada na altura.
“Velocidade Furiosa” (2001) — 78 carros
“Velocidade + Furiosa” (2003) — 130 carros
“Velocidade Furiosa – Ligação Tóquio” (2006) — 249 carros
“Velozes e Furiosos” (2009) — 190 carros
“Velocidade Furiosa 5” (2011) — 260 carros
“Velocidade Furiosa 6” (2013) — 350 carros
“Velocidade Furiosa 7” (2015) — 230 carros
É importante saber que estes números só incluem os carros destruídos que foram parar ao filme — todos os outros não estão incluídos. Mais tarde, foi revelado que em “Velocidade Furiosa 8” foram destruídos 348 carros (além de um submarino). O total, portanto, é de 1835. Um número que muito provavelmente ultrapassou os 2000 com “Velocidade Furiosa 9”, cujos dados ainda não se conhecem. E isto sem contar com o spinoff “Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw”.
Muitos dos carros, claro, não são destruídos e ficam como objetos de coleção. E mesmo os que são podem valer muito dinheiro. Por exemplo, os escombros de um Dodge Charger usado por Dom foram vendidos por cerca de 100 mil dólares (o equivalente a 83 mil euros) a um fã. Está confirmado que Justin Lin vai realizar mais duas sequelas, que deverão pôr fim à história principal da saga, e destruir muitos mais carros pelo caminho. Este ano também há uma novidade curiosa. “Velocidade Furiosa 9” vai ser exibido no festival de cinema de Cannes — a organização do prestigiado evento tinha prometido que ia ter a exibição de um blockbuster planetário e vai mesmo acontecer.