Existem figuras icónicas e que marcam a história do concelho de Setúbal, inesquecíveis e inerentes ao passar do tempo. São a essência do local e contribuem para a riqueza cultural sobretudo pelo seu legado. Exemplo disso é Sebastião da Gama e, por isso, a Casa da Poesia não deixa de celebrar a importância deste poeta azeitonense, com a organização do projeto “Sebastião Fora de Casa”.
Este sábado, 3 de junho, as ruas de Azeitão vão ouvir declamar poemas de Sebastião da Gama, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do poeta e pedagogo e da sua mulher, Joana Luísa, a decorrer até abril de 2024. Esta iniciativa “procura celebrar e recordar a vida e obra de Sebastião da Gama junto das pessoas, de uma forma original e lúdica, naquela que era a sua terra natal”, informa a autarquia. Os poemas são lidos por elementos da Casa da Poesia, entidade que organiza o evento em conjunto com a Câmara Municipal de Setúbal, a Junta de Freguesia de Azeitão e a Associação Cultural Sebastião da Gama.
O mote que marca o início desta homenagem começa às 18 horas, na Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, em Vila Nogueira de Azeitão e percorre a Rua José Augusto Coelho, culminando na Praça da República. Este momento poético volta a repetir-se, mas desta vez na cidade de Setúbal, dia 17 de junho, também às 18 horas, entre o Largo da Misericórdia e a Praça de Bocage.
Sebastião Artur Cardoso da Gama foi um poeta e professor português, nascido em Vila Nogueira de Azeitão, a 10 de abril de 1924. Licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947. Todo o seu trabalho de poesia era fortemente inspirado na Serra da Arrábida, mas também relacionado com a sua condição de saúde e tragédia pessoal, uma vez que o poeta tinha, desde adolescente, tuberculose, acabando mesmo por morrer precocemente, aos 27 anos, em Lisboa, vítima da doença.
O primeiro livro de Sebastião da Gama foi publicado em 1945, intitulado “Serra Mãe”, dedicado em toda a sua essência à beleza, serenidade, importância e inspiração à sua valorosa Arrábida. Uma história digna de conto de fadas, e que dura para sempre, é a da sua vida com a esposa, Joana Luísa. Um amor incondicional, que viveu além da morte.