Além de poeta e escritor, Pablo Neruda foi diplomata com passagens por vários países asiáticos e responsabilidades de cônsul em Espanha e de embaixador no México e em França. Eleito senador pelo Partido Comunista Chileno, chegou a ser alvo de uma perseguição política pelo governo de González Videla que o levou ao exílio na União Soviética no final da década de 1940.
É precisamente a vida desta personalidade que está em destaque na nova exposição da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, no âmbito do ciclo “Autor do Mês”. Nascido em Parral, Chile, a 12 de julho de 1904, Pablo Neruda começou a publicar textos no jornal “A Manhã”, quando ainda era estudante na cidade de Temuco. O pseudónimo, inspirado no escritor checo Jan Neruda, foi adotado ainda na adolescência, antes de começar a licenciatura em francês em Santiago do Chile.
Chegado à capital chilena, ganhou de imediato o prémio da Festa da Primavera, com o poema “A Canção da Festa”. “Crepusculário”, de 1923, e “Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada”, de 1924, foram as suas primeiras obras. “Residencia em la Tierra” (1933), “España em el Corazón” (1937) escrita por inspiração da guerra civil espanhola e depois de travar conhecimento com o poeta espanhol Federico Garcia Lorca, em Buenos Aires, Argentina; “Canto General” (1950), “Odas Elementales” (1954), “Cien Sonetos de Amor” (1959), “Memorial de Isla Negra” (1964) e “A Espada Incendiada” (1970) são outras obras da sua autoria.
Após dois anos como embaixador em Paris, regressou a Santiago em 1972, já doente, acabando por morrer a 23 de setembro de 1973. Foram 12 dias após o golpe militar que derrubou Salvador Allende, do qual era conselheiro próximo e que instaurou a ditadura militar liderada por Pinochet.
A mostra, que dá a conhecer alguns títulos da obra e poemas Pablo Neruda, pseudónimo de Ricardo Eliécer Neftali Reyes, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas, e aos sábados, das 14 às 19 horas. A entrada é livre.
