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O episódio da nova temporada de “Black Mirror” que está pôr toda a gente em lágrimas

O capítulo que retrata uma história de amor (com IA pelo meio) já é considerado o melhor do sétimo volume da série.
O fenómeno da Netflix está de volta.

Para lá do espanto e do ocasional horror que “Black Mirror” provoca com as histórias que revelam o lado negro da evolução tecnológica, há momentos em que a série toca num lado mais emotivo, com narrativas que comovem os espectadores. Entre esses momentos destaca-se, talvez, “San Junipero”, o episódio marcante lançado em 2016.

Depois de quase dois anos de ausência, a série de Charlie Brooker regressou esta quinta-feira, 10 de abril, à Netflix com a sétima temporada — e, entre as novidades, há uma espécie de spin-off precisamente de “San Junipero”.

Chama-se “Hotel Reverie” e já foi considerado o melhor episódio do novo volume por críticos de vários meios internacionais. Nesta história de amor, os fãs conhecem Brandy Friday (Issa Rae), uma estrela de Hollywood farta de ficar sempre com os mesmos papéis, que ambiciona interpretar uma personagem intemporal e conhecida por um grande romance — ao estilo de “Casablanca”.

Felizmente para a atriz, a diretora de um estúdio em dificuldades financeiras decide apostar numa nova tecnologia chamada Redream, que insere talentos modernos em filmes do passado para recriações interativas. Brandy agarra a oportunidade com entusiasmo ao saber que a empresa está a trabalhar numa nova versão do seu filme favorito. Desta vez, vai interpretar Alex Palmer — papel que, na produção original, era de um homem branco.

O elenco da recriação inclui também Dorothy Chambers (Emma Corrin), a atriz favorita de Brandy, no papel de Clara, o interesse romântico de Alex. “Ao entrar numa versão imersiva e gerada por Inteligência Artificial do filme de 1949, Brandy descobre que manter-se fiel à história original não é tão fácil quanto pensava”, avança a Netflix.

O projeto começa a descambar quando Brandy se esquece de uma fala importante, provocando uma falha no enredo. A missão? Corrigir o erro antes que surjam os créditos finais. Caso contrário, corre o risco de ficar presa naquela realidade alternativa para sempre.

Quando tudo parecia estar a voltar à normalidade, um engenheiro entorna café num servidor e desliga acidentalmente o Redream — com Brandy ainda lá dentro. Embora o sistema tenha sido restaurado em poucos minutos no mundo real, para Brandy e Dorothy passaram-se meses — tempo suficiente para se apaixonarem.

Depois da estreia, os críticos destacaram principalmente a nostalgia despertada pelo enredo e, acima de tudo, pela fotografia. Desde o início, Emma Corrin sabia que esse seria um detalhe fundamental. “Faz-nos pensar sobre o cinema daquela altura e sobre o que produzimos agora. Há muitas diferenças”, contou à “Elle” britânica.

O final do episódio também tem sido bastante elogiado nas redes sociais. Sem medo de spoilers, Issa Rae contou à “TV Insider” que é, de facto, triste. “A forma como tudo termina entre elas é muito triste”, reforça. Neste aspeto, acaba por ser o oposto de “San Junipero”, que terminou numa nota positiva e que também é um dos episódios favoritos da atriz. “Fiquei muito entusiasmada quando soube que ambas as histórias tinham uma ligação.”

Apesar dos últimos minutos serem agridoces, nem tudo acaba mal para Brandy. “O belo nisto tudo é que ela percebe que o amor que sentiu foi real e que a experiência que viveu também foi genuína. Agora, tem um molde daquilo que quer na vida real.”

Poucas horas após a chegada da sétima temporada de “Black Mirror” à Netflix, as redes sociais encheram-se de publicações sobre “Hotel Reverie” — uma tendência que também chegou aos críticos internacionais. “Com muitos detalhes humorísticos e nuances sombrias, transmite uma sensação de esperança e profundidade na vida”, escreveu a “Time”. “Corrin tem uma interpretação fantástica como uma heroína clássica, cuja paixão e tristeza são contidas pela classe”, comentou o “Observer”.

Carregue na galeria e conheça outras das séries e temporadas que estreiam em abril nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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