Foi ele quem inspirou algumas das personagens mais icónicas do terror, de Norman Bates a Leatherface e Buffalo Bill, mas a tentativa da Netflix de retratar a vida de Ed Gein está a ser um verdadeiro pesadelo. “Monstro: A História de Ed Gein” estreou a 3 de outubro e rapidamente se tornou num dos conteúdos mais vistos da plataforma. O problema? Está também a ser violentamente criticado por fãs e críticos especializados, que estão de acordo que a série toma demasiadas liberdades criativas e desvirtua a verdadeira história do assassino.
A terceira temporada da antologia criada por Ryan Murphy está a ser considerada a mais fraca de todas. No Rotten Tomatoes, soma apenas 19 por cento de aprovação da crítica e 55 por cento junto do público, os piores valores da saga até agora. Os comentários nas redes sociais são claros. “Quase metade do que aparece é pura invenção”. “Deviam ter dito logo que era ficção”, critica outro utilizador.
Uma das maiores polémicas está na criação da personagem Adeline Watkins, alegada namorada de Ed. Na vida real, Watkins negou ter tido qualquer relação séria com o assassino e explicou que só o conheceu em 1954 e que só mantiveram contacto durante sete meses, de forma esporádica.
Mas não é tudo. A série mostra Ed a matar o irmão com uma pancada na cabeça, algo que nunca foi confirmado, já que a morte foi atribuída a asfixia e considerada acidental. Também inclui o assassinato de uma babysitter chamada Evelyn, interpretada por Addison Rae, um crime que nunca existiu. E talvez o mais surreal: há uma cena em que Ed comunica por rádio com uma criminosa de guerra nazi e com Christine Jorgensen. Mais uma vez, nunca aconteceu.
Entre os críticos, o tom não é mais brando. Lucy Mangan, do “The Guardian”, escreveu que a série é “completamente desprovida de moralidade” e que “se passeia com gosto pelos piores comportamentos humanos”. Judy Berman, da “TIME”, foi mais direta: “É uma série que se odeia a si própria”. Já James Jackson, do “The Times”, chamou-lhe “um psicossexual mergulho na lama que quase se afoga na sua própria ambição e depravação”.
Mesmo com interpretações competentes — Charlie Hunnam lidera o elenco como Ed Gein, ao lado de Laurie Metcalf, Addison Rae, Tom Hollander e Olivia Williams —, a série não tem convencido. “Performances fantásticas acabam diluídas em histórias de série B que se movem a um passo lento até lugar nenhum”, escreveu Matthew Creith do “TheWrap”.
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