“Habitar a Terra”, patente até 31 de maio, partilha três abordagens, com “Amazon Star”, de Carlos Almeida, “Amazónia, às margens do rio”, de Joana Bom, e “Diálogos”, de Rosa Nunes, para mostrar diversas formas de habitar a terra e outras tantas cadências de estar no tempo. Uma exposição de trabalhos fotográficos que foi inaugurada sexta-feira à noite, 10 de março, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal.
Para o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, os trabalhos partilhados nesta exposição ajudam a “refletir sobre a importância da relação harmoniosa do homem com a natureza”. Presente na inauguração da mostra, que também contou com um momento poético por Virgínia Costa, o autarca, que preside ao Conselho Diretivo da Associação de Municípios da Região de Setúbal, afirmou que todos têm “uma responsabilidade e um compromisso de deixar para as gerações vindouras pelo menos aquilo que cá encontrámos”.
Uma tarefa “muito difícil”, reconheceu, e, por isso, a importância de eventos como a exposição “Habitar a Terra” para “refletir sobre estas questões”. “Amazon Star”, de Carlos Almeida, e “Amazónia, às margens do rio”, de Joana Bom, vertentes da exposição que incidem sobre modos de habitar em simbiose com a natureza nas margens do Amazonas, no Brasil, são dois aspetos da exposição que contribuem para a reflexão destacada por André Martins.

Joana Bom tenta retratar no seu trabalho a relação de sustentabilidade estabelecida entre comunidades de ascendência indígena e quilombola que habitam no meio do mato, em casas suspensas na água, na floresta amazónica em Belém do Pará. “Tive a felicidade de ficar dois meses a viver com duas famílias e o que observei e tentei retratar aqui é o modo de vida daquelas povoações que vivem do que a natureza fornece sem lhe provocar qualquer dano. Por outro lado, a floresta precisa destas pessoas para cuidarem dela. É uma relação de reciprocidade muito interessante”, relata a fotógrafa.
Já em “Diálogos”, Rosa Nunes alerta para formas de habitar nas margens periurbanas, fronteiras expectantes, com o destino suspenso, tal como a vida de migrantes. A exposição, de entrada gratuita, pode ser visitada naquele espaço museológico da cidade, gerido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal, até 31 de maio, de terça-feira a sábado, das 9 horas às 12h30 e das 14 horas às 17h30.