“Venere degli Stacci” ou, traduzido para português, “Vénus dos Trapos”. A escultura-instalação de Michelangelo Pistoletto, um dos artistas mais importantes da segunda metade do século XX, é exposta pela primeira vez no País e Setúbal foi a cidade escolhida para acolher esta famosa peça de arte.
A partir do próximo dia 16 de dezembro, quinta-feira, já pode ver a escultura de um dos maiores nomes do movimento Arte Povera, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus. A sessão de inauguração tem início às 18 horas. A entrada é gratuita, sendo que a instalação vai estar na cidade, até ao dia 20 de março de 2022.
Alusiva à sociedade comunista, a “Venere degli Stracci” consiste numa reprodução de Vénus, figura da cultura clássica, a sustentar uma pilha formada aleatoriamente de roupas em segunda mão.
A peça, realizada em 1967, pretende refletir sobre o consumismo, a reciclagem, a exclusão social e a migração. Em diferentes versões, tamanhos e materiais, a obra faz parte de coleções permanentes e é possível visitá-la em espaços como o Museu de Arte Contemporânea do Castello di Rivoli, em Itália, do Tate Modern, no Reino Unido, e do Museu Kröller-Müller, nos Países Baixos.
Michelangelo Pistoletto nasceu em Biella, Piemonte, Itália, em 1933. Em 1967, fundou a Arte Povera, conhecida por utilizar materiais quotidianos e informais como elementos fundamentais na construção das obras.
O Convento de Jesus nasceu de um amor proibido entre Justa Rodrigues Pereira, ama de leite do rei D. Manuel II, e o frade carmelita, D. João Manuel, de quem teve dois filhos. Arrependida por ter quebrado o voto, a freira decidiu edificar um convento neste local para as freiras franciscanas da Ordem de Santa Clara.
Em 1489, foi emitida uma bula papal que permitiu a construção do convento inaugurado dois anos depois. A fundadora teve o apoio do rei D. João II, que em conjunto com o mestre Diogo Boitaca decidiu o comprimento da Igreja, entre outros detalhes da construção. Depois da extinção das ordens religiosas, o Convento passou para as mãos da Santa Casa da Misericórdia que instalou o Hospital do Espírito Santo. Só em 1961 é instalado o Museu de Setúbal.