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Exposição recorda importância da “resiliência do povo português” no Estado Novo

"Do Nascer ao Pôr do Sol" está patente até 31 de agosto. São captadas emoções de quem viveu uma luta operária durante o salazarismo.
A visita é gratuita.

Por muitos testemunhos, vídeos, vozes, documentos e histórias que sejam contadas acerca do período do Estado Novo em Portugal, apenas quem realmente viveu naquela altura sabe o que passou e como era o dia a dia dos trabalhadores portugueses. É por isso mesmo que os olhos e as expressões falam por si, como podemos ver na mostra patente no MAEDS — Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal.

“Do Nascer ao Pôr do Sol” é a exposição temporária, do fotógrafo Pedro Soares, que pode visitar até 31 de agosto. Pode ainda ver a recolha de testemunhos áudio de Augusto Flor e sonoplastia de Ivo Reis. A iniciativa está integrada nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e na programação dedicada às mulheres e sua luta, no “MAEDS Mulher”. A visita é gratuita.

O trabalho fotográfico mostra “momentos de alegria, dor, resistência e triunfo, captados pelo fotógrafo Pedro Soares, provocados pela memória dos acontecimentos ocorridos em 1962, na Herdade de Palma, na luta dos operários agrícolas pelas oito horas de trabalho, levando-nos a refletir sobre a resiliência do povo português e a importância de preservar e honrar sua história”, explica a organização, que conta com a parceria do MDM — Movimento Democrático de Mulheres.

O MAEDS foi fundado em 1974. “É um lugar de memória, um espaço de cultura ao serviço da sociedade que possui valioso acervo de Arqueologia e Etnografia representativo da nossa região e algumas peças de arte contemporânea. A exposição permanente é constituída por um setor de Arqueologia e outro de Etnografia”, explica o site oficial. Há mostras temporárias, uma programação cultural vasta, além das atividades de serviço educativo e de investigação.

Já que estamos a falar de história, recorde o artigo em que entrevistámos o historiador setubalense Diogo Ferreira, sobre a mais recente obra “A Greve Geral Revolucionária de 18 de Janeiro de 1934 à beira Sado: O descuido estratégico e a ausência da Barcelona Portuguesa”, um episódio que levou à prisão de centenas de setubalenses na altura do Estado Novo.

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