Vivemos num mundo em que as redes sociais vieram dinamizar ainda mais as conversas: o digital permite que todos falem sobre tudo, transportando conversas reais para espaços virtuais. Ainda assim, tanto online como presencialmente, nem sempre há espaço para dizer o que realmente sentimos ou pensamos. Entre relações complicadas, inseguranças que se escondem, expectativas sufocantes e histórias que pensávamos serem só nossas, a verdade é que ser mulher no século XXI continua a ser um desafio com muitas camadas.
O Pink Tiger Social Club já é conhecido por dar espaço e voz às girlies da margem sul. Foi criado por Matilde Batalha com o objetivo de ajudar a criar novos laços através de atividades dinâmicas. Agora, o clube sediado em Setúbal prepara-se para um novo passo: lançar o seu próprio podcast. E sim, vai ser exatamente como estar num grupo de amigas que dizem o que pensam sem filtros, só que com os microfones ligados.
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O podcast “Confessions of a Pink Tiger” nasce do desejo de criar um espaço seguro, descontraído e sem preconceitos, onde vai ser possível partilhar, rir, desabafar e ouvir outras opiniões. O objetivo é claro: descomplicar, relativizar e fazer com que outras mulheres não se sintam sozinhas.
Em cada episódio são partilhadas histórias reais, comentadas pelas girlies do Pink Tiger Club, com empatia, honestidade e aquele toque de humor que torna tudo mais leve. Todos os assuntos valem: da traição ao assédio, das relações tóxicas à pressão social, da maternidade às amizades, do amor próprio às falhas.
A ideia surgiu de forma natural, como conta Matilde: “Ao ler as mensagens no nosso grupo de WhatsApp, notei que havia histórias a serem partilhadas e muita ‘girl talk’ que são a alma do Pink Tiger. Como adoro estas coisas, pensei logo que um podcast em que se abordassem estes temas seria algo interessante não só para nós, como para várias mulheres”, explica à NiS. Sugeriu a ideia ao grupo e foi logo bem aceite.
Cada episódio terá quatro vozes femininas: duas anfitriãs fixas (uma delas será Matilde) e duas convidadas rotativas, todas membros do clube. As histórias partilhadas? São reais, anónimas, e chegam através de formulários preenchidos pelas girlies do Pink Tiger. Cada episódio traz novos relatos e, claro, opiniões sem filtro.
O primeiro episódio já tem tema e data: “Trair é correto… Certo?” e vai ser gravado em Setúbal, no dia 23 de junho. O lançamento está marcado para 1 de julho. As participantes vão ler quatro a cinco das histórias enviadas de forma anónima (previamente selecionadas por Matilde), para depois comentarem e refletirem sobre o assunto, com o foco em criar espaço para que outras mulheres se sintam menos sozinhas nas suas experiências.
Porque o objetivo, como explica Matilde, é descomplicar. “Queremos falar de coisas sérias com leveza, de forma descontraída, mas consciente. Afinal, há muitos temas que as mulheres guardam, desde inseguranças, relações tóxicas, assédio, pressão social, traumas familiares, problemas no trabalho, e ouvir outras perspetivas pode ajudar mais do que se pensa. Além disso, sinto que é preciso expor melhor quais as lutas das mulheres neste tempo em que vivemos”.
O podcast vai ter episódios quinzenais, no Spotify e no YouTube, com canais próprios a serem lançados em breve. O melhor de tudo? Todas as vozes contam: basta fazer parte do Pink Tiger Social Club.
O que é o Pink Tiger Social Club?
Matilde Batalha, uma “girly” de Azeitão, de 21 anos, licenciada em Marketing pelo Instituto Politécnico Setúbal, decidiu criar o Pink Tiger Club devido à dificuldade em conseguir estar com as amigas pela dificuldade em conciliarem agendas. Sentiu que não era a única a enfrentar estes problemas e decidiu agir, fundado esta comunidade destinada a jovens da Margem Sul que queiram fazer novas amizades através de atividades dinâmicas.
Inicialmente, Matilde achava que o projeto ia ter um alcance de cerca de 60 pessoas, mas desde que divulgou este “social club” nas redes sociais, a 17 de abril, já tem mais de 300 pessoas numa comunidade de WhatsApp.
Face à grande adesão, Matilde criou grupos por localidades e um de comunidade geral. “O objetivo passa por organizar encontros semanais e um evento mensal um pouco maior”, explicou à NiS, acrescentando que “os planos são divulgados nos grupos de WhatsApp. Quem quiser fazer parte da comunidade, basta inscrever-se no link na bio do Instagram do Pink Tiger Club”.