Existem momentos que marcam o começo de uma grande jornada. Uma pessoa, episódios ou um local eternizam sucessos — neste caso, foi uma caravana. Foi precisamente isso que aconteceu com a banda Caravananana, que vai dar um concerto este sábado, 27 de maio, na Sociedade Musical Capricho Setubalense, às 22 horas, onde vão partilhar o palco com os Desert’ Smoke.
A banda é composta por João Figueiras, baterista de 30 anos, Mauro Tagarroso, baixista de 30 anos e Pedro Venceslau, guitarrista e vocalista de 19 anos. Todos nascidos e criados em terras sadinas. Foi em novembro de 2021 que surgiram os Caravananana. Pedro e João decidiram, pela primeira vez, ensaiar dentro de uma caravana. Tudo começou com uma brincadeira, mas evoluiu aos poucos para algo mais sério e surgiram os primeiros concertos. Mais tarde, por “metamorfoses da banda” chegou Mauro, que é amigo de longa data de João, completando-se assim “um trio poderoso”, que singra até aos dias de hoje.
“Escolhemos o nome Caravananana porque foi aí o nosso ponto de partida. Foi onde começámos a ensaiar e a planear vários passos da nossa carreira. Por onde quer que viajemos, o nosso quartel acompanha-nos. A parte do ‘nanana’ refere-se ao facto de não queremos parar. É sempre para a frente. Queremos é fazer música, o resto é ‘nanana’”, confessam.
O estilo musical foca-se no rock e no blues, até porque foi o que cresceram a ouvir “e o seu poder para transmitir emoções é inigualável”. Além de rockeiros, adoram “todo o tipo de música, seja funk, disco, reggae ou punk”. Mais do que adorar, as “influências musicais acabam por se infiltrar” na maneira como tocam e nos originais — sim, porque esta é uma banda com os próprios temas compostos, tocados e cantados: “Somos uma banda de originais, acabamos por tocar algumas covers pela rua, mas o nosso foco é tocar e fazer originais. Estamos neste momento a mixar o nosso próximo EP e a preparar o lançamento de um live take gravado na Garage16, em Ourém”, além, claro, do concerto de sábado, 27, em Setúbal.

“Ainda parece mentira saber que vamos partilhar um palco com os Desert’ Smoke. É uma banda de renome que tem vindo a tocar em vários festivais pelo País e é uma sorte terem aceitado vir a Setúbal. Combinando com o facto de o concerto ter lugar numa das casas mais antigas da cidade, tem tudo para ser uma noite inesquecível”, deixam o convite. Os bilhetes para assistir ao espetáculo custam 6€.
Esta banda pode não ser estranha para muitos dos que passeiam pelas ruas da cidade. É que costumam estar em vários cantos a mostrar a todos aquilo que valem: “Tocar na rua é a nossa maneira de suportar esta vida de artista enquanto não temos concertos para dar. Acaba sempre por expor a nossa música a pessoas novas e a mudar-lhes o dia de maneira inesperada”, dizem à NiS.
O feedback é outro desafio que esperam sempre, no final, que seja superado com sucesso. “É sempre uma incógnita saber se as pessoas vão gostar do nosso som enquanto estamos a montar os instrumentos, mas sabe sempre bem ouvir dizer como fomos capazes de fazer um dia mau tornar-se bom com este gesto tão inato para nós”. O palco é, ainda assim, a grande paixão e onde mostram os originais, além de ser o espaço de “conexão com o público, de uma maneira diferente”. Recentemente, foram numa aventura e deram uma tour pelo País: “Soube muito bem mostrar o nosso trabalho a casas cheias. Deu para evoluirmos como banda e melhorar a nossa performance num todo”, explicam.
Nem tudo são rosas e deixam isso bem claro: “É um desafio constante seguir a vida de artista. Não existem os apoios necessários e acabamos por ter que fazer muitas coisas de maneira independente. Contamos sempre com o apoio dos nossos fãs e amigos, que vêm aos concertos”. Nas palavras de agradecimento, não há espaço para esquecimentos e, assim, enviam “um abraço especial aos que estão sempre prontos para nos ajudar e a todos os que nos abriram portas e ajudaram a escancará-las — sabem bem quem são”.
O futuro ainda “reserva muito, entre lançamentos de músicas novas e viagens internacionais”. Os Caravananana têm lançado um EP, o single “Minha”, sendo que a inspiração para esta e para todas as outras canções é “muito variada”. Pode acompanhar o trabalho dos Caravananana na página de Instagram da banda, onde são partilhadas todas as novidades.