Cláudia Motrena, setubalense de gema, tem 40 anos e foi logo em miúda que começou a ter o primeiro contacto com a área musical, uma vez que o seu pai era músico amador e a levava a assistir aos ensaios da Banda Filarmónica que decorriam na Sociedade Capricho Setubalense. O gosto foi crescendo, sendo a flauta transversal o seu instrumento favorito.
Mas não foi só por esta área que Cláudia se apaixonou. O ensino e a educação também fazem parte das suas paixões e, por isso, esteve ainda dez anos a lecionar em várias escolas públicas. No entanto, “o sonho de transformar a música num mundo que se fizesse sentir e despertar sonhos” levou-a a criar um espaço — espaço ecos, onde desenvolve os seus projetos.
Leia a entrevista completa da cantora à New in Setúbal.
Como foi o seu percurso até aos dias de hoje?
Desde sempre que tive contacto com a música. O meu pai, enquanto músico amador, sempre tentou incutir esse gosto e vontade, levando-me, ainda bem pequena, a assistir aos ensaios da Banda Filarmónica que decorriam na Sociedade Capricho Setubalense. À medida que o tempo foi passando, a vontade e o desejo de aprender música e de pertencer a um grupo foi aumentando. O meu instrumento de eleição, desde sempre, foi a flauta transversal, tendo concluído, mais tarde, o quinto grau de instrumento na Academia de Música Luísa Todi. A música e a educação sempre foram as minhas grandes paixões. Licenciei-me no curso de Professores de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Setúbal, onde durante dez anos lecionei em várias escolas públicas. Mas o sonho de transformar a música num mundo que se fizesse sentir e despertar sonhos levou-me a criar um espaço — espaço ecos —, sediado em Setúbal. É aqui onde, atualmente, desenvolvo vários projetos musicais sensoriais, de carácter teatral, com famílias, promovendo entre tantas coisas uma das mais importantes: memórias felizes. Mas a vida é inquietante e cantar sempre foi algo que me encheu o coração e me faz vibrar de forma bonita e genuína. Ao longo de todos estes anos fui escrevendo, compondo, uns temas de carácter infantil, outros mais para os “crescidos”, como carinhosamente apelido os adultos. Partilhar histórias, em formato canção, sempre foi algo que desejei. Não foi um percurso muito linear, com curvas e ruas de sentido único, mas a vida sabe sempre o que faz e encontros felizes deram origem ao meu mais recente projeto musical: “Era uma vez”.
Sendo setubalense, acredita que o facto de ter nascido e crescido na cidade do Sado tenha contribuído para a sua forma de ser e estar na vida?
Setúbal tem uma energia muito bonita. A união entre o rio e a serra, as ruas e ruelas, as suas histórias e as pessoas que nela permanecem vivas nas memórias e tradições, fez-me perceber o quanto esta cidade teve e tem influência em mim. Foi aqui que cresci, onde bebi tantas sonoridades, onde estudei, onde me apaixonei pela primeira vez, onde me formei, enquanto profissional e onde este mais recente sonho aconteceu.
De que fala o primeiro single?
O tema “Fado Inspirado” é o primeiro single deste projeto a solo, que se apresentou com o seu videoclip no dia 14 de fevereiro, no YouTube, e posteriormente, no dia 17 de fevereiro em todas as plataformas digitais. Este tema fala-nos de uma história de amor não correspondido, mas com os gracejos e os ritmos de um fado bairrista.
Porque é que escolheu este tema?
A escolha foi unânime e deveu-se pelo seu formato leve e divertido e porque as histórias de amor podem e devem ser sentidas dessa forma, mesmo as que não são correspondidas. A produção do vídeo foi feita através da FILLMA, com a realização do Pedro Augusto Almeida e da sua equipa. Parte do videoclip foi gravado na cidade de Setúbal, nas ruas onde vivi a minha infância e de onde tenho as mais felizes memórias. Senti que seria uma bonita forma de agradecer por toda a caminhada até aqui percorrida. A outra parte foi numa horta, cedida gentilmente pelo casal Almeida.
Que outros temas fazem parte do álbum a solo “Era uma vez”?
Este tema, “Fado Inspirado”, é a quarta música no total de oito. O álbum, com a produção do querido Sérgio Miendes, tem, na minha opinião, uma característica engraçada. Cada tema é mesmo apenas um tema, isto é, são todos diferentes. Não só em termos de sonoridade como das histórias que são contadas e da forma como são cantadas. O amor é o elemento comum às oito músicas, apresentando-se nas suas mais variadas formas.
Quando chegarão mais novidades?
Tem sido uma caminhada gradual, mas muito bonita e feita de pessoas maravilhosas. Dia 17 de março saiu o álbum completo “Era uma vez”, nas plataformas e terá edição física concebida pela querida Ana Polido.
Já deu algum concerto?
A convite da autora Cristina Leal, fiz parte do lançamento da apresentação do seu mais recente livro “Porque amamos pessoas que nos magoam”, no Hotel Londres, no Estoril. Apresentei o tema “Ilusão”, pela primeira vez, numa versão diferente e acompanhada ao piano, pelo Fernando Altube. Mais do que estar a apresentar um projeto, foi a partilha de um sonho e de tudo aquilo que ele nos faz crescer e perceber que está tudo no tempo e lugar certo.
Para quando o próximo?
O lançamento do álbum vai ser no dia 16 de junho, no Museu da Música Mecânica, que gentilmente abraçou o projeto e abriu as portas da sua casa para nos receber. Existem mais propostas e convites mas ainda não podemos revelar.
Qual o sítio onde gostaria de atuar que ainda não atuou e porquê?
Gostaria de pisar o palco do Fórum Municipal Luísa Todi como Cláudia Motrena. Já o pisei inúmeras vezes, nos mais variados momentos e projetos. Mas sei que teria um sabor especial. Um passo de cada vez.
Onde pode ser ouvido o novo single?
O single pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.
De seguida carregue na galeria para conhecer melhor o trabalho da cantora.