Fernanda Pratas, 53 anos, nasceu no Alentejo mas vive em Setúbal desde os quatro. Considera-se “uma setubalense de corpo e alma”, mas não nega que também adora o Alentejo. A empreendedora começou a sua carreira no departamento financeiro de uma empresa mas o seu trabalho estava mais voltado para a vertente ambiental.

Entre 1995 e 2000 tirou o curso de Direito e mudou para o departamento de recursos humanos. Foi supervisora desta área, depois de ter passado por diversas experiências. Na empresa onde trabalhava deixaram de produzir compressores mecânicos e passaram para elétricos, o que na altura considerou uma grande evolução.

Porém, Fernanda decidiu mudar de vida, porque o trabalho estava a gerar muito stress e abriu a loja RESET no passado dia 29 de agosto, segunda-feira, na Rua dos Correeiros na Baixa de Setúbal. “Exercia funções de recursos humanos e percebi que não era aquilo que queria fazer para o resto da vida. Como sempre tive ligada às questões ambientais e considero que devemos fazer algo pelo planeta decidi abrir a RESET já que também havia muito pouca oferta na cidade”, começa por contar à New in Setúbal. 

A loja é completamente eco-friendly, a decoração é à base de materiais sustentáveis, reutilizáveis e 100 por cento vegan. Não há nada de pele de animal e o espaço é pet friendly.

O nome do negócio está relacionado com o facto de Fernanda querer dar um recomeço na sua vida. “Teve a ver com o facto de ter deixado a empresa, ao fim de quase 30 anos e, em simultâneo, o RE significa reutilizar, reaproveitar, reciclar e claro, o SET de Setúbal”, explica.

Atualmente trabalha com cinco marcas, mas gostava de ter mais. As marcas presentes na loja são sobretudo portuguesas e espanholas. A Zouri, por exemplo, é fabricada em Portugal e os materiais são sustentáveis. Os criadores retiram plásticos dos oceanos e fazem a sola, juntamente com cortiça. Pode ainda ser com linho natural reciclado ou algodão orgânico.

A NAE que significa “No Animal Exploitation” (Sem Exploração Animal) é outra das marcas da RESET. O próprio nome carrega a missão da marca: propor uma alternativa amiga dos animais e ecológica contra a exploração humana. Os sapatos e acessórios são produzidos em fábricas certificadas e éticas em Portugal, ou seja, não há pele de animal. Os materiais são todos naturais, orgânicos desde pele de ananás, passando pela pele de maçã, chegando ao algodão orgânico.

Já a Wasted Shoes é uma marca espanhola. O fundador é um surfista da Catalunha. Uma vez que é ativista ambiental teve a ideia de retirar plásticos os oceanos e reutilizar os materiais. A Lefrik, outra das marcas com as quais Fernanda trabalha, utiliza também garrafas de plástico para fazer as mochilas.

Neste espaço, podemos encontrar botas, mochilas, porta-moedas, sandálias e sapatilhas. Os preços vão dos 18€ até aos 145€. Até agora, o artigo mais vendido são as sandálias. 

As botas e mochilas são também dos produtos que têm mais saída. Depois, da marca portuguesa Wetheknot, tem vendido muito bem umas bolsas de várias cores para colocar os cartões e que servem também de porta-moedas. 

De seguida carregue na galeria para ver mais detalhes da loja.