Beatriz Caldeira, de 28 anos, é natural da Madeira, mas vive em Setúbal há uma década. Antes de vir para a cidade do Sado, estudava Pastelaria no Centro de Formação Profissional Para o Setor Alimentar, na Pontinha, onde esteve durante um ano. Sempre adorou a área da culinária e diz que sabe fazer um pouco de tudo. Desde miúda que trabalha em hotelaria e atualmente está ligada à restauração. Contudo, tem mais paixões e decidiu tentar incluir um bocadinho de todas na sua vida.
Começou por aprender a fazer macramé há cinco anos nos seus tempos livres só que se deparou com um problema. “Eu fazia os pontos todos ao contrário porque aprendi tudo sozinha”, revela à New in Setúbal. Entretanto, nas várias viagens que foi fazendo, conheceu pessoas que trabalhavam com este tipo de linhas, inclusive um rapaz que a ensinou a fazer o ponto corretamente. A partir daí começou a fazer várias peças, no estúdio que tem há cinco anos em Setúbal e a vendê-las.
Em 2020 surgiu a pandemia. “Fartei-me do macramé até porque imensas pessoas começaram a fazer e a comercializar as peças. Queria fazer algo diferente dos outros”, conta. Assim foi. Decidiu criar joalharia através de elementos da natureza que encontrava na Serra da Arrábida e na rua. O gosto pela criação de joias era algo muito presente na sua vida. “Quando era miúda fazia muitos colares e pulseiras com missangas durante o verão ou nos meus tempos livres. Depois vendia na escola”, recorda.
Foi assim que nasceu a Beart Universes em 2020. Para isso, Beatriz investiu o dinheiro que tinha guardado em eletroformação, que consiste na secagem de materiais orgânicos (insetos, folhas ou caules) que posteriormente passam por um processo de envernizamento e, através de um líquido ácido, são transformados em metal. A produção das peças pode levar até duas semanas, uma vez que os materiais têm de ficar submersos neste líquido durante bastante tempo.
“Gosto imenso da natureza e achei que seria interessante conjugar esta minha paixão, com o trabalho de joalharia que eu adoro”, confessa a jovem. Ao contrário do que possa pensar, os insetos que Beatriz apanha são transformados, na sua maioria, em colares, brincos, anéis ou broches. No entanto, às vezes, também são comprados como elemento decorativo.
A maioria das peças que produz são personalizadas de acordo com os pedidos do cliente. Contudo, estão sempre dependentes da recolha dos materiais. As que já tem feitas, na sua grande maioria, vende em feiras. Em Setúbal já esteve presente em feiras de Natal e em algumas de verão, mas está regularmente numa que acontece no Barreiro.
As peças mais solicitadas pelos clientes são as que incluem cristais, uma área que a jovem madeirense também adora. “Acredito que os cristais nos transformam e ajudam-nos no nosso dia a dia, seja a proteger-nos ou a acalmar-nos”, explica. Assim, os clientes dizem o que sentem e a jovem cria o pendente com o cristal de acordo com as necessidades dos clientes. Funciona como uma espécie de amuleto.
Os preços das peças começam nos 15€, mas o valor varia consoante o que os clientes pretendem, uma vez que quase todos os trabalhos são personalizados. Pode entrar em contacto com a jovem através da página do Instagram do projeto Beart Universes.
De seguida, carregue na galeria para conhecer os trabalhos de Beatriz Caldeira.