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Anabela Camelo: a artista que transforma as praias de Setúbal em peças de cerâmica

A ceramista adora fazer caminhadas pela região, fotografar as paisagens e utilizar as cores na sua arte.
São impressionantes.

Em dias de sol e sem nuvens, as águas límpidas das praias de Setúbal confundem-se muitas vezes com o azul do céu, e as falésias da Serra da Arrábida misturam-se facilmente com a areia. Este “espetáculo natural” chamou a atenção de Anabela Camelo, uma oleira que decidiu dedicar o seu trabalho às paisagens naturais do concelho onde nasceu.

Natural de Azeitão, a artista de 53 anos encontra inspiração em todo o lado. Basta sair com o telemóvel para encontrar algo que lhe chame a atenção. Durante a caminhada, fotografa uma paisagem e, de regresso a casa, põe mãos à obra.

“Costumo tirar uma fotografia de um sítio e depois crio peças inspiradas, de uma forma abstrata, na cor e nas texturas desse lugar”, começa por explicar a oleira à New in Setúbal. “As peças sobre o mar, com os azuis e os verdes aqui da nossa região, são as que têm mais procura e as que me têm dado mais projeção.”

Anabela costuma passear pelas praias da Figueirinha, dos Coelhos, de Galapinhos, de Porto Covo e por outras zonas no Parque Natural da Arrábida — faça chuva ou faça sol. Não importa se o tempo está nublado ou não, a ceramista encontra sempre paisagens fascinantes, que posteriormente serão “transformadas” em peças.

“Muitas vezes saio com o propósito de fotografar”, sublinha. “Quando a maré está muito baixa, costumo passear pela terra. O mesmo sítio tem cores completamente distintas numa determinada altura do ano. E, às vezes, basta estar a chover num dia e noutro estar sol para serem diferentes.”

As peças inspiradas inspiradas em locais específicos do concelho, integram uma coleção intitulada “Special Place” (lugar especial, em português). Cada peça é única. “Vou-me apaixonando por cada trabalho. Sempre que inicio uma série, crio um conjunto. Mas nunca repito as mesmas peças”, assegura.

Todas as peças são únicas.

A principal matéria-prima utilizada nas suas obras é o barro gris. “A cerâmica precisa de ser cozida várias vezes num forno especializado, a diferentes temperaturas”, esclarece. O processo começa com a secagem do barro, seguida da primeira cozedura.

Depois, a peça é vidrada e volta ao forno, desta vez sujeita a uma temperatura mais elevada. Todo este processo pode demorar, no mínimo, cerca de 15 dias — “se o tempo estiver favorável”, ressalva a artista. Em dias de chuva, a secagem é mais lenta, o que atrasa a conclusão das peças.

Anabela concluiu o curso de Cerâmica Criativa no Centro de Arte e Comunicação Visual (ArCo), em Lisboa, na década de 90. Desde então, tem-se dedicado inteiramente à arte. Teve um atelier em Azeitão e, após o seu encerramento, começou a dar aulas de cerâmica a miúdos, em várias escolas da capital.

Atualmente, além de se dedicar à coleção “Special Place”, continua a lecionar no Externato das Pedralvas, em Lisboa. Participa também, de forma voluntária, em atividades de cerâmica destinadas aos mais jovens.

As peças de Anabela Camelo estão disponíveis a partir de 15€. Podem ser encontradas na The Selector Store, no Castelo de Palmela, e na Casa do Arrabidine, situada no número 117 da Rua Venâncio da Costa Lima, na Quinta do Anjo. Para encomendas personalizadas, pode contactar a ceramista através através do Instagram e do Facebook.

Carregue na galeria para ver algumas peças de Anabela Camelo.

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