Quando nascemos com uma vocação, é difícil fugir ao destino. Neste caso, a veia do empreendedorismo nasceu com os pais de Cristina Gonçalves, 54 anos, que sempre tiveram negócios ligados à área comercial. Quando ainda era pequena, recorda à NiS, que gostava até de subir às prateleiras dos rolos de fazenda e de andar debaixo dos expositores da roupa, a brincar. A brincadeira tornou-se real e há mais de 20 anos que se dedica ao comércio.
O mais recente projeto foi a loja De Casa, na Baixa de Setúbal, mais especificamente na Rua Dr. Paula Borba. O espaço foi inaugurado a 12 de outubro e vende centenas de artigos, nacionais — como Bordallo Pinheiro — e internacionais, dos têxteis ao imobiliário. Cristina sempre trabalhou em Setúbal, mas mora em Palmela. Assim que terminou a escola, abriu o próprio negócio e há mais de 20 anos que trabalha com artigos para o lar, essencialmente.
“O meu pai vendia quadros por todo o País. Depois, em conjunto com a minha mãe, tiveram outros negócios, como uma alfaiataria, e estiveram sempre ligados ao ramo empresarial”, explica. Cristina começou também, nos anos 90, a vender ao domicílio, já que antigamente era frequente esse género de abordagem próxima do cliente.
“Tinha os produtos dentro das carrinhas, em catálogos de mobília, e sempre vendi artigos para a casa. Deixava o meu cartão e já tinha uma carteira de clientes que a minha mãe deixou. E estive assim durante mais de 20 anos. Em 2016, abri o meu primeiro espaço físico. Adquiri dois prédios e, na parte inferior, funcionou a Papelaria Setubalense”, acrescenta.
Depois, fechou as portas dessa loja e abriu o local onde está agora a loja de souvenirs, na Rua Antão Girão. Numa altura em que alguns comerciantes acabaram por encerrar os negócios, Cristina decidiu investir. “Gosto imenso da cidade e tem muito potencial. Não consigo compreender porque é que o Algarve tem tanta visibilidade e Setúbal, nem sempre teve. O nosso potencial é o comércio e o turismo, estando próximos do mar. Deviam desenvolver mais essa potencialidade”, defende.
Não considera, no então, ser um risco. “Não acho que seja arriscado porque o meu lema, quando abro uma loja, é trabalhar, e não me empregar. Arregaço as mangas e, quem trabalha, consegue sempre, com dedicação. Nada me dissuadiu. Já houve outras guerras e o mundo não acabou. As pessoas continuam a usar coisas do dia a dia. Não são certas situações que determinam o espírito empreendedor. Temos de nos reerguer, alterar a mentalidade e darmos o melhor de nós. Não queremos que ninguém vá para Lisboa — queremos é que eles venham cá”, acrescenta.
Na De Casa, vai encontrar vários produtos, a diferentes preços, mas o grande foco são as peças de cerâmica, com alguns exemplares Bordalo Pinheiro, têxteis, tapeçaria, almofadas e peças de imobiliário. Os valores variam entre 3,90€, o artigo mais barato e 393€, o mais caro.
O mais difícil, caso visite o espaço, é escolher, já que todo o local está muito organizado, vistoso e elegante, com peças para todos os gostos e carteiras, que têm vários padrões, cores e formatos.
Carregue na galeria para conhecer o novo espaço da nova loja da Baixa setubalense.