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A coleção de colares em cerâmica desta marca setubalense está a ser um sucesso

O projeto A.Risca nasceu em novembro de 2022. A primeira coleção de acessórios foi lançada em junho deste ano.
São muito elegantes.

A pedra é difícil de partir, o metal é complicado de moldar, mas a cerâmica está no ponto perfeito para ser trabalhada e criar, não só peças de decoração, mas também acessórios únicos, cheios de estilo e que completam qualquer look — foi neste trabalho minucioso que a marca setubalense A.Risca, arriscou.

A história dos primeiros registos dos trabalhos em cerâmica transporta-nos ao passado, até 9 mil anos. É uma das grandes invenções da Era mesopotâmica, como a conhecemos atualmente. Era comum, com a quantidade de argila que existia nos rios Tigre e Eufrates, produzir desde pequenas figuras a grandes recipientes. Antes da chegada deste material, o protagonista era o gesso, só que era necessário algo mais maleável.

Como explica o site National Geographic, a primeira interação com essa matéria e com o fogo remonta ao período neolítico. E o motivo por que começaram não é exato. Os objetos de cerâmica mais antigos que se conhecem são figurinhas de argila mal cozidas, que se encontraram no sítio arqueológico neolítico de Mureybet, no vale do Médio Eufrates sírio, do ano 7 mil a.C.

Desde essa altura, até à atualidade, ainda que desde cedo se tenham começado a desenhar motivos, há uma evolução desde a função do objeto, até ao tamanho e ao modelo. Há milhares de opções diferentes, mas ainda permanece o gosto por fabricar à mão. E foi mesmo assim que nasceu a primeira coleção de colares da marca A.Risca, um projeto da setubalense Filipa Bento.

“Raízes” foi lançada dia 28 de junho e traz peças singulares, feitas à mão, com diferentes cores e formatos. “Há muito trabalho envolvido, uma estreia em muitas áreas. Apesar de todas as peripécias que foram surgindo, quando estamos rodeados dos melhores e todos acreditamos, o resultado é lindo”, diz.

E acrescenta: “A nossa primeira coleção de colares com cerâmica, que nos mostra o quanto esta matéria-prima pode ser versátil. Feitos à mão e sem moldes, resultam peças únicas para serem usadas em várias ocasiões. Nunca esquecendo a cor que tanto nos define”.

Todos os acessórios têm sido, desde o lançamento, um sucesso e uma coisa é certa: nenhum é igual ao outro. Há nove modelos diferentes, com designs irreverentes, mas muito elegantes e clássicos. O preço varia entre os 39,90€ e os 42,50€. Pode encomendar através do site oficial da marca.

A criação da marca

Filipa tirou o curso de Enfermagem na Escola Superior de Saúde Egas Moniz, em Lisboa. Trabalhou durante oito anos nesta área, fez o estágio profissional no hospital público, passou de seguida para o privado e despediu-se em 2022. Não foi preciso muito tempo para se apaixonar pelo ofício da olaria, ao ponto de largar o seu sonho antigo para se dedicar a 100 por cento à confeção de peças em barro. Foi assim que em novembro de 2022 nasceu o projeto A.Risca. 

A jovem arriscou daí o nome dado ao projeto — A.Risca — e em pouco tempo revelou-se um sucesso. Tudo começou como um refúgio ao stress do trabalho. Segundo contou à New in Setúbal, uma das principais razões que a levou a deixar a profissão foi a precariedade do mercado de trabalho.

Logo no arranque do projeto, foi na porta da Olaria Nova que Filipa foi bater. “Expliquei ao Sr. Mateus [proprietário] que queria lançar uma pequena coleção a tempo do Natal, com as dimensões, formas e cores que idealizei. A recetividade foi imediata”, diz Filipa.

“O maior ensinamento que trago de lá é a resiliência, o facto de não controlarmos as coisas, de nem sempre correrem como queremos, pois, uma peça pode demorar um mês até estar pronta e na reta final ainda podem acontecer vários percalços. Não podemos desistir e temos sempre de aceitar o que aconteceu e seguir”, acrescentando: “Mexer no barro é terapêutico, faz com que me abstraia de tudo o resto, mas também pode gerar muita frustração quando não corre como pensávamos”.

Tem feito várias workshops desde o início do projeto, que estão sempre esgotados. Este ano, abriu também um atelier na cidade, onde tem expostas as peças de cerâmica que idealiza e reproduz. A inspiração para as peças de Filipa é variada, assim como os próprios produtos. Um dos bestsellers é a jarra de parede, que Filipa confessa estar presente em muitas casas de clientes, inclusive numa banca do Mercado do Livramento.

Carregue na galeria para conhecer a coleção de colares “Raízes”.

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