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Já trabalhou com o Gordon Ramsay. Agora, tem um spot de comida mediterrânea em Azeitão

Filipa Martins sempre gostou da área da restauração e um dos grandes objetivos era ter o seu négocio. O Bulla abriu em janeiro.
O polvo é irresistível.

O gosto pela cozinha está no ADN de Filipa Martins desde sempre. O pai é chef executivo e as tias são excelentes cozinheiras e pasteleiras. A bisavó tinha uma padaria. A verdade é que ficou sozinha em casa quando era miúda e, desde os dez anos, que é muito independente. Sempre fez a sua vida e gosta de confecionar comida, seja para ela ou para toda a família.

Foi com base nesta paixão que surgiu o novo projeto da chef, em Azeitão. O Bulla foi inaugurado em janeiro e é um restaurante de comida mediterrânea. Depois de trabalhar em vários locais, como empregada de mesa, bartender, manager e de viajar muito, para conhecer novas culturas, procura trazer os melhores sabores aos clientes do novo spot.

A jovem de 34 anos nasceu em Lisboa, mas os avós são naturais de Almada. A mãe foi para Inglaterra muito nova. Filipa ainda ficou uns anos em Portugal, até acabar a primária. Depois, foi ter com a mãe a Londres, quando tinha nove anos, onde permaneceu até aos 27. O primeiro trabalho que teve foi em Somerset House, em 2008, onde se fazem os eventos da Semana da Moda de Londres. Têm um bar que abre só no verão. Nessa altura, em que ainda estava a estudar, trabalhava também aos fins de semana nos estádios de futebol.

Foi em Somerset House que nasceu a paixão pela área da restauração. “Era uma loucura, um espaço lindo, tinha muitos eventos interessantes. É um mundo. Abre muitas portas e conhecemos clientes importantes. E o toque personalizado faz a diferença”, explica à NiS. Continuou a trabalhar com o Compass Group, ou seja, a mesma companhia, e deslocava-se para vários locais diferentes.

Já com 22 anos, foi para o Aqua Group, e esteve em Regent Street, a trabalhar num bar, como empregada de mesa. Nos dias livres, quis aprender a fazer cocktails, sem remuneração. Só queria aprender. Com 25 anos, foi trabalhar para o Heddon Street Kitchen, com o chef Gordon Ramsey, em restauração, até que teve de parar em 2015, devido a um problema de saúde.

Quando regressou, o manager que estava a acompanhá-la tinha começado a trabalhar para o Ace Hotel e Filipa foi com ele. Chegou ao cargo de bar manager. Mudou-se para Barcelona, em 2017, e começou a trabalhar nos hotéis Marriott. Quis mudar de local, descobrir a cidade e aproveitar. Começou um pequeno negócio de coquetelaria, oito meses antes da Covid-19, mas acabou por deixar o projeto por causa da pandemia. Ainda esteve no Sargardi e, depois, no restaurante Tragaluz, até 2021.

Em 2022, regressou a Almada para cuidar do avô, que esteve doente, até 2023. Nessa altura, e depois de conhecer o marido, Afonso Martins, 45 anos, decidiu, depois de uma pausa para descansar, começar o próprio negócio. A paixão pela comida continuou, a jovem queria um sítio calmo, mas turístico. E aquela casa no centro da vila era perfeita.

A nossa experiência

Na rua principal de Azeitão, encontrámos um local acolhedor. As cores, a decoração e a equipa fazem sentir-nos em casa. O conceito do Bulla é de comida mediterrânea, com inspirações de Itália, Espanha, Portugal e Grécia, uma vez que a proprietária experimentou vários sabores do mundo.

Para começar, provámos os rolinhos de presunto, servidos com queijo creme e manga (8,5€). É o contraste perfeito entre o doce e o salgado e todos os produtos estavam frescos e deliciosos. Seguiram-se as gambas à Bulla (10,5€). Crocantes, macias, saborosas e com um tempero único, o pão no molho é irresistível. É um dos fortes motivos que leva a regressar — pensávamos antes de experimentar os pratos principais.

Para a mesa veio o polvo real (17,5€), acompanhado de puré de batata-doce, brocolini salteado e queijo parmesão. O polvo foi dos mais tenros e bem cozinhados que já comemos. O puré caseiro dava o toque especial que combinava na perfeição com os restantes sabores do prato. À parte, serviram batata-frita de trufa. Nunca provámos nenhumas tão boas e diferentes. São viciantes.

O bacalhau à lord (18,5€), servido com crocante de broa, azeitona e bacon e acompanhado de brocolini salteado, cebola caramelizada e batata no forno também não desiludiu. Mais uma vez, um blend perfeito entre os sabores do peixe e dos restantes elementos. Por fim, provámos o osso buco (17,5€), que é vitela estufada a baixa temperatura, com puré de batata, cenoura glaceada, mel e bacon. Se escolher este prato, saiba que é a definição perfeita de confort food. Desfazia-se na boa, é muito saborosa e com carne de qualidade.

Para bebida, serviram um vinho branco Fat Baron (17€) — este, vai ser difícil de encontrar em outro local. Vale ainda dizer que todas as escolhas são cuidadosamente empratadas. Sem esquecer a sobremesa, escolhemos a tarte de limão merengada (5,5€) e a mousse de chocolate (4€). Ambas conquistaram o nosso coração por serem tão frescas e caseiras, e, ao mesmo tempo, surpreendentemente deliciosas. “Pretende-se que a Bulla deixe uma marca em Azeitão, abra os horizontes gastronómicos da zona e se estabeleça”, conclui Filipa. O restaurante tem capacidade para 36 lugares e 50 metros quadrados.

Carregue na galeria e conheça o espaço, assim como alguns dos pratos que pode provar no local.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua José Augusto Coelho, 94
    2925-531 Azeitão
  • HORÁRIO
  • De terça-feira a sábado, das 12h às 15h
  • De terça-feira a sábado, das 19h às 23h
  • Domingo, 12h às 15h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
mediterrânea

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