Quando falamos em chá, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um salão a meio da tarde, com uma mesa decorada com bules, scones e compota, certo? Nada mais errado, especialmente se estivermos o espaço em causa for o La Bohème. O bar da Baixa serve chá, mas o ambiente é exatamente o oposto. E as infusões são (quase todas) alcoólicas.
Há vários tipos de infusões disponíveis, quase todas com ingredientes secretos. Tem de provar o Raven em homenagem a Edgar Allan Poe, que leva uma infusão surpresa, rum e chocolate, o já famoso Mentir com Mel com menta e licor e o Devil’s Mood (totalmente secreto). Os chás custam 2,50€.
A carta de bebidas também tem cocktails com e sem álcool. Dentro dos alcoólicos, o destaque vai para a queimada celta servida quente, inspirada nas queimadas galegas das Astúrias com rum, café, mel e laranja. E a lacrimosa, nome de um andamento de música que leva lima, canela, laranja e cointreau. Os preços vão dos 4,50€ a 5€. Se preferir as opções sem álcool pode beber o Pinkie (sumo de laranja, cenoura e natas) ou o 5 Estrelas (novidade) com sumo de limão natural e chá verde. Os valores rondam os 2,50€ a 3€.
Além das bebidas há alguns snacks para enganar a fome a meio da noite. O prato de queijo de cabra, manjericão, azeitonas e tomate para partilhar e as tostas de pão fatiado de paio, queijo ou mistas regadas com azeite e ervas aromáticas a 4€ são as propostas.
O ambiente do espaço em tons de bordeaux e preto é único e transporta-nos para uma noite de Halloween. Há muitos apontamentos góticos, como espelhos, máscaras, quadros e vassouras de bruxa. A música vai do registo mais erudito à eletrónica.
Paulo Almeida, 52 anos, natural do Algarve é o proprietário do espaço com 30 anos. Tem a Formação Geral de Jornalismo pelo CENJOR — Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, em Lisboa. Mas depois de fazer o estágio percebeu que não se identificava com a área e decidiu dar um novo rumo à sua vida.
“Sempre gostei de sair à noite com os meus amigos, no Algarve durante o verão. E assim que surgiu a oportunidade de ficar com o espaço, avancei logo. É o bar mais antigo de Setúbal, com o mesmo proprietário, localização e conceito”, conta à New in Setúbal. Apesar de ter abandonado o jornalismo, o gosto pela escrita continuou, o que o levou a escrever um livro de poesia dividido em dois volumes chamado “O Serenador de Horas”.
O nome La Bohème (boémia) foi escolhido por Paulo e tem a ver diretamente com o tipo de público do bar. “A definição que costumo dar é de uma classe de jovens artistas, que vivem o dia a dia despreocupadamente, trabalhando pouco e divertindo-se muito. É engraçado que temos clientes que se conheceram aqui, casaram e já vêm cá os filhos”, brinca.
Quem manda nisto tudo
Nome: Paulo Almeida
Idade: 52
Bebida favorita: Vinho
Guilty pleasure: Motas
Convença-nos a visitar o espaço: “A nossa distinção é a nossa qualidade”.