Quando os dias começam a aquecer, há um ritual que se repete um pouco por todo o País: sair à rua para comer caracóis. Para muitos portugueses, este petisco é sinónimo de verão e representa uma tradição transmitida de geração em geração.
O cheiro a caracóis no ar, uma imperial bem tirada e o calor de fim de tarde a pedir petiscos marcam o início da época deste deste clássico da gastronomia popular. E Setúbal tem agora uma nova paragem obrigatória. A Casa dos Caracóis abriu a sua segunda loja, desta vez no coração da cidade, no dia 31 de maio.
Após o sucesso alcançado na loja na Avenida Bento Gonçalves, a marca decidiu expandir-se em Setúbal e instalar-se numa zona mais movimentada e com maior visibilidade. O objetivo é claro: dar resposta à elevada procura. “Abrimos porque a outra loja em Setúbal tinha mesmo muita gente e, consequentemente, muitos pedidos. Por isso, quisemos também oferecer um espaço maior, mais funcional e de fácil acesso”, explica à NiS Hugo Miguens, responsável pela nova loja.
Na nova Casa dos Caracóis, na Avenida M. Lima de Freitas, pode continuar a fazer pedidos em regime takeaway como em todas as outras lojas (seja para consumo próprio, seja para revenda em cafés, por exemplo). Há caracóis e caracoletas (moura ou riscada) vivas, vendidas ao litro ou em sacos de cinco quilos, ideais para quem prefere cozinhar em casa, ao seu estilo.
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Para quem é fã da casa ou simplesmente fã do petisco, há o clássico: caracóis e caracoletas riscadas já confeccionados e prontos a comer, muito bem temperados, como manda a tradição. Os preços começam nos 8,50€ e vão subindo, consoante o tamanho das caixas: a pequena é a mais barata, a 8,50€, a média custa 13,50€ e a grande sobe para 21€. Na Casa dos Caracóis são ainda vendidos baldes, ideais para quem quer partilhar ou revender: o pequeno custa 30€ e o grande, pensado para cafés e restaurantes, é vendido a 43€.
Esta segunda abertura reforça a importância da região para a marca: foi precisamente em Setúbal, que começou a história do homem que fundou a Casa dos Caracóis. Em 1978, Francisco Caetano, natural do Fundão mudou-se para a Quinta do Conde, onde abriu uma cervejaria com a esposa, Maria Pureza, que tinha este petisco como rei.
No entanto, devido a problemas de saúde, foi obrigado a abandonar o negócio e começou a dedicar-se ao comércio de produtos hortícolas. Foi então, na década de 90, que decidiu dedicar-se 100% à comercialização de caracóis. Na altura, existia uma enorme escassez do produto em Portugal, daí ter começado a importar de Espanha e Marrocos. Atualmente, distribui caracóis por todo o País e o grupo já tem mais de dez estabelecimentos, Casa dos Caracóis, que vende caracol vivo ou cozido em regime de take-away.
Hoje, o Grupo Francisconde, sob o nome Casa dos Caracóis, distribui mais de duas mil toneladas de caracóis vivos por ano em Portugal e 300 toneladas de caracóis confeccionados. Contam com uma forte presença na Margem Sul e em Lisboa, com nove lojas a funcionar.
A chegada da nova loja em Setúbal, na Avenida Mestre Lima de Freitas, marca não só a expansão do negócio, mas a celebração de uma história que começou numa pequena cervejaria. Os 45 anos de dedicação ao caracol transformaram uma ideia improvisada, em 1978, numa referência nacional de um petisco tão português.
