João Valente, de 49 anos, a viver em Quinta de Anjo, Palmela, nasceu em Lisboa, embora se considere um cidadão do mundo, uma vez que esteve fora de 2006 a 2019. Foi durante esse tempo que esteve em contacto com culturas africanas, europeias e do Médio Oriente. Percebeu que a cidade do Sado é emergente em termos de turismo e com excelentes condições para comprar bom peixe, já que está muito perto do mar.
Sempre esteve ligado à área da gestão de empresas, trabalhando em várias multinacionais pelo mundo. No entanto, a sua “verdadeira paixão, há já muito tempo, foi a cozinha. Fazia almoços e jantares para amigos e familiares e o feedback era maioritariamente bom. “Não me iludi e percebi que teria de fazer as coisas com os passos certos. O mundo da cozinha é enorme e tinha a perfeita noção que sabia só uma ínfima parte,” começa por contar o chef.
Fez o curso de cozinha na ACPP — Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal e foi um lugar onde aprendeu muito sobre este mundo. Além disso, estagiou num restaurante que é hoje estrela Michelin onde o conceito e a equipa se assemelham muito à sua forma de ver esta arte. Para completar, executou um curso de cozinha molecular. “Entendo que a parte mais importante da cozinha é a sua química, porque nos permite perceber os caminhos para intensificar o sabor dos alimentos e como se podem conjugar uns com os outros.”
Este ano surgiu a oportunidade de adquirir um espaço e avançou com uma grande novidade para a cidade. O restaurante AROMA chegou oficialmente a 17 de março, sexta-feira. Fica na Baixa setubalense, mais concretamente no número 4 da Rua José António Januário da Silva. A escolha deste nome está relacionada com o facto de este ser uma parte importante na cozinha, muitas vezes desprezada, e porque o nome tanto existe em português como em inglês.
Aqui, a base é a comida conforto mas sempre associada a conceitos de fine dining, isto é, a uma experiência de restaurante mais sofisticado. “Embora haja a perceção de que a comida conforto e o fine dining são conceitos que nunca andam a par, entendo que deve ser o contrário, pois há conceitos no fine dining que são obrigatórios em qualquer boa cozinha. O fine dining não trata só de embelezar o prato, traz também conceitos associados que intensificam o sabor. E por isso o nosso lema/visão é ‘comfort food featuring fine dining'”, revela.
Farinheira com ovos e chutney de maçã, pãozinho delícia com pernil e seu caldo reduzido, arroz de lingueirão e gambas, tranche de peixe da lota cozinhado a baixa temperatura com redução do seu caldo e óleo de coentros e poejo, barriga de porco crocante com puré de batata doce aromatizado, peito de pato na cama de arroz do mesmo, com mil-folhas de batata em manteiga de tomilho e redução do seu caldo, pernil em 48 horas e ainda tranche de costela de bovino com couscous e puré de batata doce aromatizado são algumas das especialidades.
O estabelecimento tem ainda uma parceria com a Escola de Jazz do Barreiro que todas as sextas-feiras atua no AROMA. Nestas noites, oferecem um menu de degustação de cinco momentos, num espaço simples e acolhedor.
Se quiser conhecer este novo conceito saiba que o horário é de quarta-feira a sábado, das 12h30 às 15 horas e das 19 às 22 horas. As reservas podem ser feitas através do número de telefone 265 234 038. O intervalo de preços está entre os 30€ e os 40€ por pessoa.
Por enquanto, o objetivo do chef João Valente “é alicerçar o restaurante em Setúbal, ganhar notoriedade”, acrescentando: “Depois já temos outras ideias e conceitos para novos espaços.”
Se ainda não teve oportunidade de saborear estas iguarias, percorra a galeria para conhecer melhor os pratos e o espaço.